Damião quer dar 1 mil ônibus para empresas, Câmara quer pro povo

Foto: Prefeitura de BH / CMBH

Nesta semana a Prefeitura de Belo Horizonte e a Câmara devem estabelecer uma disputa acirrada. Por um lado, o prefeito Álvaro Damião quer que 1 mil ônibus comprados pelas empresas de transporte com dinheiro público sejam delas após 2028, quando acaba o atual contrato.

Já os vereadores entendem que como foram comprados com dinheiro do povo, estes 1 mil ônibus deveriam ficar com a capital mineira após o fim do contrato e eventualmente vendidos para as novas empresas que ganharem o contrato.

Esse é o tema do veto assinado por Álvaro Damião. Nesta semana os parlamentares precisarão conseguir 21 votos para derrubarem o veto e enfim os ônibus serão de quem pagou por eles: o povo de BH.

Mas a prefeitura da capital promete fazer pressão política em sua base na Câmara para garantir que as empresas possam ficar com os veículos, de presente.

O relatório que recomenda a derrubada dos vetos foi assinado por vereadores do PT, do Novo e do PL: foi apresentado por Pedro Patrus (PT) e aprovado pelo restante do grupo, formado por Braulio Lara (Novo), Sargento Jalyson (PL) e Uner Augusto (PL).Vereadores cobram centro de saúde com atraso de 10 anos: Kalil, Fuad e Damião

Fernanda Pereira Altoé destaca que se os ônibus forem dados de presente para as empresas, eles poderão ser usados em outras cidades, onde elas eventualmente vençam contratos:

“Os ônibus que poderiam prestar o serviço por até 12 anos, ficarão como propriedade das empresas com 5 ou 6 anos de uso. Ou seja, ônibus novos adquiridos com o nosso dinheiro poderão ser usados por essas empresas em outras cidades, ao invés de BH”.

Guerra do transporte público

O tema ônibus é polêmico. Na campanha de 2022, a chapa vencedora, de Fuad Noman e Álvaro Damião foi apoiada por grandes empresários que doaram dinheiro para a campanha, via jantar de arrecadação.

A informação foi dada em primeira mão pelo Moon BH em nossa newsletter diária e pautou todas as outras candidaturas.