Existem poucas rivalidades no mundo tão carregadas de história, paixão e antagonismo quanto o Derby Paulista entre Palmeiras e Corinthians. A animosidade que paralisa a cidade de São Paulo nasceu junto com o próprio clube alviverde, em um contexto de tensões sociais e bola rolando.
O primeiro capítulo foi escrito em 1917. O recém-fundado Palestra Itália, time da colônia italiana, enfrentou pela primeira vez o já popular Corinthians. E a estreia não poderia ser mais impactante: o Palestra venceu por 3 a 0, um resultado que feriu o orgulho corintiano e plantou a primeira semente da rivalidade.
Mas o que transformou a disputa em uma rivalidade ferrenha foi a origem dos clubes. O Corinthians se orgulhava de ser “o time do povo”, enquanto o Palestra era visto como o time de uma colônia estrangeira. Essa tensão social extrapolava para o campo. O ápice da hostilidade inicial talvez tenha sido no Campeonato Paulista de 1921, quando o Corinthians abandonou o campo em um jogo contra o Palestra, alegando favorecimento da arbitragem ao time “estrangeiro”.
O Corinthians deixou o campo aos 19 minutos do segundo tempo, quando o jogo estava 3 a 0 para o Palestra Itália. Motivo oficial: A reclamação foi contra a arbitragem, considerada tendenciosa pelos corintianos.
Com o passar dos anos, os jogos se tornaram cada vez mais disputados e recheados de episódios marcantes, como a “Arrancada Heroica” de 1942. A rivalidade deixou de ser apenas sobre futebol e se tornou um confronto de identidades, de paixões e de duas das maiores torcidas do Brasil. O Derby Paulista não é apenas um clássico; é a própria história de São Paulo contada em 90 minutos.























