Prefeitura de BH deu aumento maior para os ônibus do que para os professores

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Em assembleia realizada na tarde desta sexta-feira (4), a categoria dos professores da rede municipal de ensino de Belo Horizonte decidiu suspender a greve, que já durava mais de um mês.

A longa greve dos professores da rede municipal de Belo Horizonte chegou ao fim, ao menos por enquanto. Em uma assembleia geral realizada na tarde desta sexta-feira (4), a categoria decidiu pela suspensão da paralisação, que impactou a rotina de milhares de alunos por mais de 30 dias.

A decisão foi tomada após uma nova rodada de negociações e marca o início do processo de normalização do calendário escolar na capital mineira.

Os professores foram obrigados a aceitar um reajuste de 2,49% após o prefeito anunciar que os dias de greve seriam cortados do pagamento. Ou seja, além de receberem um valor defasado, ficariam sem receber parte do salário caso continuassem parados.

Chama atenção que o reajuste dados aos professores da rede municipal é menor do que o oferecido aos empresários de ônibus como subsídio. No ano passado a Prefeitura de BH deu um repasse de R$ 722 milhões, enquanto enviou à Câmara um orçamento contemplando uma previsão de R$ 744,7 milhões para este ano, mesmo com um reajuste na passagem. O valor equivale a um aumento de 3,14%.

Em comparação com o valor arrecadado em IPTU, com estimativa de R$ 2,25 bilhões em 2025, significa que quase 1 terço do que o belo-horizontino paga de imposto vai para as empresas de ônibus.

Fim da greve dos professores de BH

A decisão de suspender a greve foi votada pela maioria dos professores presentes na assembleia.

Embora nem todas as reivindicações da categoria tenham sido totalmente atendidas, a avaliação do sindicato (Sind-REDE/BH) foi de que os avanços obtidos na última audiência de conciliação com a prefeitura justificavam um “voto de confiança” e o retorno às atividades.

Os próximos passos da categoria

A suspensão da greve significa que os professores devem retornar às salas de aula já na próxima segunda-feira (7). No entanto, o sindicato deixou claro que o “estado de greve” continua. Isso significa que, caso a Prefeitura de Belo Horizonte não cumpra com os pontos acordados na negociação, a categoria pode voltar a paralisar as atividades.

As conversas com o poder executivo sobre o plano de carreiras e outras pautas específicas dos educadores continuarão ao longo das próximas semanas.

O fim de um longo impasse

A paralisação dos professores foi um dos maiores desafios para a gestão do prefeito Álvaro Damião neste primeiro semestre.

O impasse envolveu dezenas de reuniões, protestos, a judicialização do movimento por parte da prefeitura — que teve o pedido para tornar a greve ilegal negado pela Justiça — e, finalmente, uma audiência de conciliação que abriu o caminho para o acordo. Agora, o foco da Secretaria de Educação será na elaboração de um plano para a reposição das aulas e a reorganização do calendário escolar para minimizar os prejuízos aos alunos.

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