A imagem de Hulk jogando 90 minutos em alta intensidade a cada três dias pode estar com os dias contados no Atlético. Com a chegada de Jorge Sampaoli, um plano de gestão de carga, baseado na ciência do esporte e na realidade de um calendário esmagador, foi colocado na mesa: a ideia é reduzir a minutagem do ídolo para a faixa de 70 a 75 minutos por jogo, visando tê-lo em seu pico de performance nas grandes decisões.
A estratégia, sinalizada pelo próprio técnico em sua apresentação, não é uma opinião, mas um método. É a ciência do desempenho sendo usada para proteger e otimizar o principal ativo do clube.
O Diagnóstico: 81 Minutos e o Alerta Vermelho da Ciência
Até aqui, no Brasileirão de 2025, Hulk tem uma média de 81 minutos por partida, um número altíssimo para um atacante de 39 anos que é a principal referência de força do time. A ciência do esporte moderna é unânime: essa carga, em um calendário congestionado, é a receita para o desastre.
Estudos publicados em revistas científicas, como o PubMed, já comprovaram a correlação direta entre o acúmulo de jogos e o aumento do risco de lesões musculares. Na Europa, a escalada de lesões de isquiotibiais virou o principal debate médico da última temporada. Em resumo, a ciência diz que o rodízio não é uma opção, é uma necessidade.
A Solução de Sampaoli: Qualidade sobre Quantidade
O plano de Sampaoli, portanto, é focar na qualidade dos minutos de Hulk, e não na quantidade. A estratégia deve ser dividida:
- No Brasileirão: Utilizá-lo como titular, mas com uma substituição programada na faixa dos 70-75 minutos, especialmente em jogos onde o placar estiver controlado.
- Nos Mata-Matas: Os 90 minutos serão reservados apenas para as “finais”, como o jogo de volta contra o Cruzeiro, e mesmo assim, se a partida exigir.
Isso permite que o camisa 7 mantenha seus picos de força e explosão, sem que o corpo pague o preço no dia seguinte.
Análise: A Maturidade de um Técnico (e de um Projeto)
A primeira grande decisão de Sampaoli em seu retorno ao Galo é uma demonstração de maturidade. Em vez de um possível choque de egos, o técnico usa a ciência como um “árbitro” para justificar uma decisão que é, em última análise, a melhor para o jogador e para o clube.
Ele não está diminuindo o status de Hulk; pelo contrário, está criando um plano para que o ídolo seja ainda mais decisivo nos momentos que realmente importam. É uma abordagem moderna e inteligente, que mostra um alinhamento entre a comissão técnica e a diretoria da SAF para gerir seus ativos mais valiosos com a precisão que o futebol de alto rendimento exige.
