Ronaldo admitiu que ganhou uma grande fortuna com a venda do Cruzeiro para o empresário de Belo Horizonte, Pedrinho BH. Ele vendou o clube por uma quantia de 482 milhões, e admitiu que a experiência foi mais desgastante do que imaginava.
“Foi um risco altíssimo. Peguei um clube falido, na Série B, com dívidas de R$ 1,2 bilhão… Meu CPF estava em jogo”, confessou.
Apesar do estresse, Ronaldo destacou o sucesso administrativo: “Salvamos o Cruzeiro de desaparecer. Hoje, ele está organizado, mas foi uma das fases mais difíceis da minha vida”. O retorno financeiro, embora expressivo, parece não compensar totalmente o esforço emocional. “Ainda estou me recuperando. Foram anos intensos”, completou.
Ronaldo: “Porrada financeira”
Embora evite confirmar números, Ronaldo não esconde a satisfação com o negócio fechado com Pedro Lourenço. “A operação foi um sucesso. Embolei uma quantia elevada, mas merecida pelo resgate que fizemos”, afirmou. Documentos obtidos pelo UOL sugerem que o valor chegou a R$ 482 milhões, valor que surpreende, já que ele comprou o Cruzeiro por R$ 400 milhões.
A transação, porém, vai além do dinheiro. Para o ex-jogador, que marcou 56 gols em 58 jogos pelo Cruzeiro nos anos 1990, a gestão foi uma forma de quitar uma “dívida moral” com o clube. “Quando saí para o PSV [em 1994], senti que deixei algo pendente. Agora, essa conta está saldada”, refletiu.
Cruzeiro x Valladolid
Donos de dois clubes em continentes distintos, Ronaldo comparou as realidades do Cruzeiro e do Valladolid, time espanhol que adquiriu em 2018. “O Valladolid é de uma cidade de 400 mil habitantes. Briga para não cair, mas com gestão profissional. Já o Cruzeiro é gigante, mas sempre foi um caos administrativo”, analisou.
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Enquanto o clube mineiro carrega uma torcida massiva e um histórico de títulos, o espanhol vive da prudência. “Na Espanha, não há espaço para romantismo. Aqui [no Brasil], precisei ser mais guerreiro”, resumiu.
Ronaldo no Cruzeiro
A passagem de Ronaldo pelo Cruzeiro deixou marcas profundas. Além de reerguer o clube financeiramente — hoje na Série A e com dívidas reestruturadas —, o modelo de SAF que ele implementou virou referência. Mas o ex-jogador alerta: “Gerir um clube brasileiro exige estômago. É para poucos”.