Uma das especulações mais ousadas do mercado sul-americano ganhou força nas redes sociais: Neymar poderia trocar o Santos pelo Rosario Central, da Argentina, para disputar a Copa Libertadores de 2026? O rumor aponta para um “último baile” do craque em solo sul-americano antes da Copa do Mundo.
No entanto, apesar do barulho, a operação é considerada financeiramente (quase) impossível e esbarra em, pelo menos, três obstáculos gigantescos.
Obstáculo 1: O Fator Esportivo (O Rosario Precisa se Classificar)
O primeiro “se” da questão é o mais básico de todos: para que Neymar jogue a Libertadores pelo Rosario Central, o clube argentino precisa… se classificar. A equipe não tem vaga assegurada para a edição de 2026 e depende de uma campanha de sucesso no apertado calendário argentino (seja via Liga, Copa da Liga ou Tabela Anual) para garantir seu lugar no torneio. Sem a vaga continental, o projeto sequer sai do papel.
Obstáculo 2: O Contrato e o “Timing” Físico
O contrato de Neymar com o Santos vai até 31 de dezembro de 2025. Tecnicamente, isso o deixaria livre para assinar um pré-contrato com qualquer clube a partir de 1º de janeiro de 2026, chegando “de graça” (sem taxa de transferência).
O problema é o timing. A janela argentina abre em janeiro, mas o craque estará na reta final de recuperação de uma das lesões mais graves de sua carreira. Ele precisará de uma pré-temporada completa e rigorosa para recondicionamento físico. Qualquer clube que o contratasse precisaria ter paciência e uma estrutura médica de ponta, algo que o Santos já oferece e está alinhado com o estafe do jogador. Acelerar sua estreia para uma eventual fase preliminar da Libertadores seria um risco médico altíssimo.
Obstáculo 3: A Realidade Financeira de Neymar

Este é o maior entrave. Mesmo que Neymar aceite uma redução drástica de seus vencimentos, seu “pacote” (salário, luvas, direitos de imagem, segurança e moradia) está em um patamar completamente fora da realidade do futebol argentino.
A engenharia financeira necessária seria muito superior à operação que levou Luis Suárez ao Grêmio, que já exigiu um aporte pesado de mecenas e parceiros comerciais. O Rosario Central precisaria montar uma operação de guerra, com patrocínios dedicados, garantias de pagamento em dólar e cláusulas de proteção contra a inflação, algo de altíssima complexidade no cenário econômico atual do país vizinho.
O salário de Neymar no Santos já é um esforço gigantesco para a realidade brasileira; para a argentina, é impraticável sem uma revolução comercial.
O Cenário Mais Provável é a Permanência no Santos
Hoje, a pauta “Neymar no Rosario” é muito mais rumor e sonho de torcedor do que uma negociação prática. A viabilidade é baixíssima. O caminho mais lógico e provável para o futuro do craque em 2026 segue sendo a renovação com o Santos.
Na Vila Belmiro, ele tem a estrutura que conhece, a confiança do departamento médico para sua recuperação final, um projeto esportivo focado em seu bem-estar para a Copa do Mundo e a estabilidade financeira que o futebol argentino não pode oferecer. O “último baile” na Libertadores, se acontecer, tem muito mais chances de ser com o Manto Alvinegro do que com o dos “Canallas”.