A noite de quarta-feira (5) foi um balde de água fria na torcida do Grêmio. Em um jogo de poucos espaços e muita tensão na Arena, o Tricolor foi derrotado pelo Cruzeiro por 1 a 0 e viu suas chances de classificação para a Copa Sul-Americana de 2026 ficarem seriamente comprometidas. O resultado negativo em casa, somado às vitórias de rivais diretos na rodada, liga o “alerta vermelho” no vestiário de Mano Menezes.
O Gol que Definiu o Jogo contra o Grêmio
A partida foi um resumo da dificuldade do Grêmio em furar defesas bem postadas. Embora tenha tido mais posse de bola (quase 57%), o time da casa criou pouco e foi castigado em um lance de detalhe. Aos 42 minutos do primeiro tempo, após uma jogada trabalhada pelo lado direito, a bola foi cruzada na área e o zagueiro Fabrício Bruno subiu mais alto que a defesa tricolor para marcar o gol da vitória mineira.
No segundo tempo, o Grêmio se lançou ao ataque de forma desorganizada, finalizando 17 vezes, mas com baixo aproveitamento (apenas 6 chutes no alvo, mesmo número do Cruzeiro), e não conseguiu reverter o placar.
O Impacto Desastroso na Tabela
A derrota foi péssima não só pelos pontos perdidos, mas pelo “efeito dominó” da rodada. O Grêmio estacionou nos 39 pontos (em 32 jogos), caindo para a 13ª posição. Neste momento, o Tricolor está fora da zona de classificação para a Copa Sul-Americana (que vai do 7º ao 12º lugar).
Para piorar, concorrentes diretos venceram e ganharam fôlego. O Bragantino, por exemplo, venceu o Corinthians e ultrapassou o Grêmio nos critérios de desempate. O time agora vê rivais se distanciarem por cima e a parte de baixo da tabela se aproximar perigosamente.
A Matemática “Quase Impossível” para a Sul-Americana
Com apenas seis rodadas restantes (18 pontos em disputa), a margem de erro do Grêmio acabou. O que o time precisa fazer para conseguir a vaga?

A “nota de corte” histórica para garantir um lugar no G-12 (zona da Sul-Americana) costuma ficar na casa dos 48 a 51 pontos. Isso significa que o Grêmio, hoje com 39, precisa de uma arrancada heroica.
O time de Mano Menezes precisará somar, no mínimo, 9 a 12 pontos nos últimos 6 jogos. A meta realista é buscar três vitórias e alguns empates. Se o time não conseguir essa pontuação (por exemplo, somando apenas 8 pontos, com 2 vitórias e 2 empates), a vaga dependerá de uma combinação improvável de tropeços de todos os seus concorrentes diretos (Ceará, Bragantino, Corinthians, Vasco, etc.).
Análise: A Hora da Resposta (ou o Fim do Ano)
A derrota em casa para o Cruzeiro doeu porque expôs as limitações do time. A equipe voltou a sofrer em bola parada defensiva (origem do gol) e mostrou pouca criatividade para furar um bloco bem postado. A dependência de cruzamentos para a área, sem finalizações limpas, foi novamente um problema.
Mano Menezes tem seis jogos para salvar o ano e evitar que o clube fique fora de competições continentais em 2026. A tarefa exigirá uma mudança imediata de postura, especialmente em confrontos diretos que viraram “finais”, como o duelo contra o Vasco na 34ª rodada. O Tricolor precisa transformar a frustração da Arena em pontos, ou o planejamento para 2026 será restrito apenas ao cenário nacional.