O dono da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Botafogo, John Textor, realizou uma complexa manobra empresarial que muda a estrutura de controle do clube. O norte-americano transferiu os ativos do Botafogo, assim como de outros clubes que compõem a holding Eagle Football (Lyon, Crystal Palace e RWD Molenbeek), para uma nova empresa recém-criada com sede nas Ilhas Cayman.
O que significa essa mudança?
A criação de uma nova empresa em um paraíso fiscal como as Ilhas Cayman é uma estratégia comum entre grandes corporações multinacionais. Essa reestruturação societária, segundo especialistas em direito desportivo, tem como principais objetivos a otimização tributária e a facilitação de novos investimentos.
Ao concentrar os ativos em uma jurisdição com impostos mais baixos e menos burocracia, Textor torna a Eagle Football mais atraente para a captação de novos investidores e parceiros globais.
A manobra pode, por exemplo, facilitar a venda de uma parte minoritária da holding ou a emissão de títulos no mercado internacional para financiar os clubes do grupo.
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Impacto para o Botafogo
Na prática, para o dia a dia do futebol do Botafogo, a mudança não gera um impacto imediato. O clube continua sob o controle de John Textor e da Eagle Football, e o orçamento previsto para a temporada segue inalterado, mesmo com a guerra entre os investidores.
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A longo prazo, no entanto, a estratégia pode ser benéfica. Com uma estrutura corporativa mais flexível e economicamente eficiente, a tendência é que a holding consiga gerar mais capital para ser reinvestido nos clubes. A venda recente de jogadores como Igor Jesus e a complexa operação envolvendo Savarino e o Lyon são exemplos da sinergia e das engenharias financeiras que a gestão em rede permite.
A torcida alvinegra, embora possa estranhar a mudança para um paraíso fiscal, aguarda que a estratégia se traduza no que mais importa: um Botafogo cada vez mais forte e competitivo dentro de campo.