A janela de 2026 nem abriu, mas a maior disputa do mercado já começou. Grêmio e Cruzeiro estão posicionados para tentar repatriar o atacante Róger Guedes, artilheiro do Al-Rayyan (Catar). O jogador vive fase iluminada (65 gols em 75 jogos), mas tirá-lo do Oriente Médio exige uma operação de guerra financeira que pode ultrapassar a casa dos R$ 100 milhões.
De um lado, o Tricolor aposta no “modelo Suárez” e no apelo emocional. Do outro, a Raposa confia na reconstrução da SAF e no fator Leonardo Jardim. Mas quem tem bala na agulha para pagar a conta?
O “Muro” Financeiro: R$ 100 Milhões e Salário de R$ 5 Mi
A realidade fria dos números assusta. O Al-Rayyan não tem pressa de vender e pede cerca de € 15 milhões (quase R$ 100 milhões) para liberar seu craque antes de 2027.
Pior que a taxa de transferência é o salário: Guedes recebe entre R$ 4,5 e R$ 5 milhões por mês no Catar. Para voltar ao Brasil, ele teria que aceitar uma redução drástica ou os clubes teriam que montar uma engenharia inédita de luvas e bônus diluídos.
O Trunfo do Grêmio: O “Legado Suárez” e a Família
O Grêmio sai na frente por dois motivos. Primeiro, o clube já provou que sabe viabilizar salários astronômicos através de investidores e engajamento da torcida, como fez com Luis Suárez. O “mecenas” Celso Rigo já foi acionado em outras ocasiões e pode ser a chave.
Segundo, o apelo emocional. Guedes já declarou que jogar no Tricolor seria “realizar um sonho da família”. Essa conexão afetiva, somada à capacidade do clube de colocar 50 mil pessoas na Arena, é o maior trunfo gaúcho.
O Trunfo do Cruzeiro: O Fator Jardim e a Nova Era

O Cruzeiro corre por fora, mas com argumentos sólidos. A SAF vive um momento de explosão de receitas (recorde de sócios e vendas de camisas) e busca um “rosto” para a nova era. Além disso, a boa relação do atacante com o técnico Leonardo Jardim é uma carta na manga da Raposa. O clube mineiro vende a ideia de Guedes ser o pilar central de um time que volta a brigar por tudo.
Análise: Quem Leva a Melhor?
Hoje, a balança pende levemente para o Grêmio. O histórico recente do “case Suárez” dá credibilidade ao Tricolor para montar a engenharia financeira necessária com parceiros externos. O Cruzeiro, embora organizado, teria que comprometer uma fatia perigosa de seu orçamento em um único ativo.
No entanto, a decisão final passa pelo Al-Rayyan. Se os árabes não baixarem a pedida de € 15 milhões, nem a engenharia gaúcha nem a ambição mineira serão suficientes. A “batalha” promete ser longa, cara e decidida nos detalhes do projeto comercial.