O Atlético está em modo “stand-by” nas negociações por Paulinho, joia de 20 anos do Vasco. O clube mineiro apresentou uma proposta financeiramente atrativa, mas com baixo risco imediato, que foi imediatamente rechaçada pelo rival carioca. O impasse é simples: o Vasco quer dinheiro no caixa agora; o Atlético só quer pagar depois, se o jogador render.
O recuo do Galo mostra a cautela da diretoria em assumir um custo extra por um jogador que, hoje, não é uma urgência esportiva.
A Proposta “Teste Drive”: Pagar para Usar
A oferta atleticana, que travou o negócio, era um modelo clássico de gestão de risco:
- Formato: Empréstimo até o fim de 2026.
- Valor Fixado: US$ 2 milhões (cerca de R$ 11,2 milhões) por 70% dos direitos.
- Gatilho de Obrigação: O Atlético só seria obrigado a pagar os US$ 2 milhões se Paulinho atingisse a meta de 20 partidas no período.
Ou seja: o Atlético só pagaria um valor relevante se o jogador provasse ser um reforço para a titularidade. Se não vingasse, ele seria devolvido ao Vasco sem custo.
O Motivo do Veto: Vasco Exigiu “Cash Up Front” do Atlético
Para o Vasco, a proposta era muito favorável ao rival. O clube carioca trata Paulinho como ativo estratégico (multa de € 20 milhões e contrato até 2028) e não aceitou assumir todo o risco da operação.

A diretoria vascaína respondeu exigindo uma compensação financeira imediata – um “fee” (taxa) de empréstimo – para liberar a joia agora. O Vasco quer ser pago por abrir mão de um ativo com potencial, independentemente de Paulinho render os 20 jogos no Atlético.
Análise: Cautela no Mercado Interno
O Atlético tem motivos para pisar no freio. O Galo já tem Natanael consolidado na lateral direita. Paulinho chegaria para ser, inicialmente, reserva. Assumir um custo extra e imediato (o “fee” exigido pelo Vasco) por um jogador que não é urgência e tem que provar serviço no time seria um gasto desnecessário em uma folha salarial já pesada.
A exigência do Vasco quebrou a lógica de investimento do Atlético, que é: “só assumir o custo milionário se o atleta tiver sucesso”. O recuo do Galo mostra a cautela da diretoria em um mercado interno inflacionado. A bola, agora, está com o Vasco: se o clube carioca quiser os R$ 11,2 milhões (lá na frente), terá que aceitar o formato original de “risco zero” proposto pelo rival.