A queda do viaduto Batalha dos Guararapes em Belo Horizonte, que resultou em prejuízo milionário e morte de duas pessoas em 2014, e a exploração mineral da Serra do Curral tem algo em comum. A empresa responsável é a mesma: construtora Cowan S.A, sócia da Tamisa S.A.
A informação foi publicada pelos jornais O Tempo e Diário do Comércio e confirmada pelo Moon BH.
Até pouco tempo, as duas empresas tinham em seu quadro acionário os mesmos empresários, Bruno Wanderley e Saulo Wanderley. Em consulta à Receita Federal feita nesta quarta pelo Moon BH, eles permanecem no QA da Cowan, mas foram substituídos na Tamisa pelo advogado Guilherme Augusto Gonçalves Machado.
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Guilherme representou a Cowan (veja no site do TJMG) nos processos pela queda do viaduto dos Guararapes em que engenheiros e diretores da construtora foram condenados.
Um estudo ambiental apresentado pela Tamisa em 2014 citava a relação entre as duas empresas, mas foi retirado das versões recentes:
“As sociedades que compõem o quadro societário da Taquaril Mineração fazem parte de grupos econômicos de importância para o setor de construção civil pesada e de mineração/siderurgia em Minas Gerais, que sejam Construtora Cowan S.A e AVG Mineração”.
A relação entre as duas empresas traz mais preocupação já que, segundo a Globo Minas, a Cowan admitiu que usou concreto vencido na construção do viaduto. “Realmente o concreto tinha passado do horário especificado em um item da norma”, disse o então diretor da empresa, José Paulo Toller Motta.
Já uma reportagem do Estado de Minas em 2014 apontou que a construtora era alvo de processos judiciais com frequência, incluindo superfaturamento nas obras do BRT da Avenida Pedro I e supostas fraudes em licitações no Rio de Janeiro. Veja a matéria completa aqui.
Segundo o governador Romeu Zema, acidentes como os de Mariana e Brumadinho não estão descartados em BH com a exploração da Serra do Curral: “Acidentes podem acontecer em todos os ramos, aviões podem cair, caminhões podem trombar”. Ele também disse que pessoas sem formação não deveriam opinar sobre o processo. Leia aqui.