Zema diz que povo sem formação de BH “não deveria opinar” sobre a Serra do Curral

Atualização – esta matéria foi atualizada em 6 de maio para incluir a fala “como eu, né” às aspas do governador, após o trecho “pessoas que não tem nenhuma formação” . A inclusão se deu no exato momento em que tomamos conhecimento que estava ausente.

O governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo) defendeu que a população simples de Belo Horizonte, as pessoas comuns, sequer deveriam dar sua opinião sobre o projeto de mineração na Serra do Curral.

Em Brasília, durante entrevista para jornalistas, Zema defendeu que somente pessoas com algum grau de formação na área tenham uma opinião sobre o assunto e que os mineiros deveriam deixar os juízes decidirem o que é melhor pra eles:

“Pessoas que não têm nenhuma formação, como eu, né, não deveriam estar opinando. Então que os técnicos opinem e que a Justiça defina o que é melhor para Minas Gerais”.

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O governador continuou sugerindo que por se tratar de um tema ambiental, o povo comum deveria ficar de fora da discussão: “acho que assunto de saúde tem que ser tratado por médicos, por quem é da área da saúde. E assuntos de meio ambiente, deveriam ser tratados por pessoas dessa área”.

Os jornalistas questionaram, então, sobre o risco de acidentes ambientais que mataram centenas de pessoas em Mariana e Brumadinho e quase destruíram as cidades. Zema respondeu que se um acidente assim acontecer em BH, paciência:

“Acidentes podem acontecer em todos os ramos, aviões podem cair, caminhões podem trombar”.

Área afetada pelo rompimento de barragem no distrito de Bento Rodrigues, zona rural de Mariana, em Minas Gerais

Os outros pré-candidatos ao governo de Minas, Carlos Viana e Alexandre Kalil disseram que são contra a exploração da Serra do Curral.

O novo prefeito da capital, Fuad Noman, disse que pretende lutar contra o projeto: “A Serra do Curral é um patrimônio dos belo-horizontinos. Ela não pode se destruída para atender interesses econômicos, prejudicando a saúde e a água. Vou lutar com todas as armas e, quanto puder, para defender a cidade”.