A volta de Pimentel? Os planos de Lula para o ex-governador em Minas

Foto: redes sociais

A foto que pode redesenhar o tabuleiro da esquerda em Minas Gerais para as eleições de 2026 foi tirada nesta quinta-feira (4). O reaparecimento público do ex-governador Fernando Pimentel (PT) ao lado do presidente Lula, em um evento em Belo Horizonte, acendeu um sinal nos bastidores e deu força à tese de que ele pode estar preparando seu retorno à política, com uma candidatura a deputado federal.

O gesto foi altamente simbólico. Esta foi a primeira vez, em sete visitas de Lula a Minas em 2025, que Pimentel dividiu o mesmo palco com o presidente, em uma clara demonstração de reaproximação estratégica com o núcleo do poder petista.

A Estratégia do PT para Minas

O movimento de Pimentel se encaixa perfeitamente no xadrez que o PT desenha para Minas em 2026. Com o presidente Lula estimulando uma aliança em torno da candidatura do senador Rodrigo Pacheco (PSD) ao governo do estado, a prioridade do Partido dos Trabalhadores se volta para a construção de uma bancada federal forte.

É aí que entra Pimentel. Com seu enorme recall como ex-prefeito da capital e ex-governador, ele tem o potencial de ser um “puxador de votos” de peso, ajudando o partido a eleger mais deputados e a organizar palanques para a chapa majoritária no interior, onde ainda mantém forte capilaridade.

A Balança de Pimentel: O Lastro e o Passivo

A viabilidade de uma candidatura de Pimentel repousa sobre uma balança com dois pratos bem definidos.

  • O Lastro (Pontos Fortes): Seu currículo é extenso e inclui a prefeitura de BH, o governo de Minas e um ministério no governo federal. Essa bagagem de experiência executiva é seu maior trunfo.
  • O Passivo (Obstáculos): Por outro lado, o ex-governador ainda responde a ações de improbidade administrativa, o que representa um passivo reputacional e jurídico que sua equipe precisará administrar com uma comunicação clara e transparente.

O Jogo Duplo do Articulador

A foto com Lula não é uma candidatura, mas é uma clara marcação de território. Pimentel volta ao jogo em uma posição estratégica. Em um cenário onde o PT tende a compor uma aliança ampla em Minas, uma candidatura à Câmara dos Deputados é o caminho mais racional para ele: tem menor atrito, maior chance de vitória e ainda agrega valor à chapa.

Se o ensaio de hoje virar roteiro, o ex-governador testa sua força nas urnas e, de quebra, ajuda o partido a manter sua relevância no Congresso Nacional. Ele joga em duas pontas: como potencial candidato e como articulador de peso para o projeto de Lula em Minas.