Na mesma semana em que Ainda Estou Aqui colocou o Brasil no topo do cinema mundial, o filme ganhou um novo palco: o plenário da Câmara dos Deputados. Nesta quinta-feira 6, o deputado federal Luis Tibé (AVANTE-MG) protocolou o Requerimento nº 706/2025, propondo uma sessão solene no Congresso para homenagear a equipe do longa — primeiro brasileiro a vencer o Oscar de Melhor Filme.
A iniciativa não só celebra a conquista histórica, mas acende um debate necessário: como a arte pode resgatar memórias dolorosas e, ao mesmo tempo, pavimentar futuros?
Para Luis Tibé, a homenagem no Congresso é um reconhecimento à obra:
“O cinema é uma janela para a sociedade, e Ainda Estou Aqui nos lembra da importância de olhar para o passado com respeito e para o futuro com esperança. Essa conquista histórica no Oscar demonstra a força do nosso audiovisual e merece ser celebrada”, declarou o deputado, que pretende reunir no plenário nomes como Fernanda Torres, Selton Melo e Walter Salles.
Dirigido por Walter Moreira Salles — cineasta consagrado por Central do Brasil e Diários de Motocicleta —, Ainda Estou Aqui adapta a autobiografia do escritor Marcelo Rubens Paiva. O longa narra a saga de Eunice Paiva, mãe do autor, que se transformou em ícone da resistência após o desaparecimento do marido, Rubens Paiva, durante a ditadura militar.
Antes de Ainda Estou Aqui, o Brasil colecionava quase 30 indicações ao Oscar, mas apenas Fernanda Montenegro (1999) e O Menino e o Mundo (2016) chegaram perto de vencer. Desta vez, a vitória veio carregada de simbolismo: o filme foi ovacionado por retratar direitos humanos sem didatismo, mesclando a dor individual de Eunice com a coletividade de um país que ainda busca respostas sobre seus 434 desaparecidos políticos.
O requerimento de Luis Tibé propõe a realização de uma sessão solene no Congresso Nacional para homenagear a equipe do filme, incluindo diretores, atores e produtores, além de promover um debate sobre o impacto do cinema na formação cultural e social do país.
A data será definida nas próximas semanas. Enquanto isso, o filme continua em cartaz, emocionando plateias e reforçando o poder da arte como instrumento de transformação.
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