Sócio de Rubens Menin na CNN emite comunicado após notícia

Reprodução - CNN Brasil

Os bastidores da CNN Brasil foram agitados por um choque de narrativas nesta semana. De um lado, o colunista de TV Flávio Ricco apontou graves dificuldades financeiras na emissora. Do outro, o presidente do conselho, João Camargo, negou veementemente qualquer crise e projetou um futuro lucrativo. No meio do fogo cruzado, um relato interno de um funcionário, obtido pelo Bastidor.TV, contradiz o otimismo do chefe e expõe a precariedade da estrutura de trabalho.

O embate de versões levanta dúvidas sobre o real momento do canal de notícias.

A crise apontada por Flávio Ricco

Na última segunda-feira (23), o jornalista Flávio Ricco publicou em sua coluna que a CNN Brasil estaria enfrentando uma “má fase financeira”. Como prova, ele citou a recente demissão em massa promovida pelo canal e o cancelamento abrupto de quatro programas, incluindo o “CNN Eleições – 2026 Já Começou”, que foi descontinuado após apenas cinco edições, o que para o colunista evidencia uma falta de planejamento.

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A resposta otimista do presidente da CNN

Em resposta à nota de Ricco, o presidente do conselho da CNN Brasil, João Camargo, rebateu as acusações. Ele afirmou que, pela primeira vez na história, a emissora conseguirá distribuir dividendos aos sócios e que o projeto pode recuperar todo o investimento inicial em um prazo de quatro a cinco anos.

“Estamos operando com saldo positivo este ano, com um bom fluxo de caixa”, declarou Camargo, chegando a comparar o desempenho do canal ao da TV Globo. No entanto, o executivo não desmentiu os rumores sobre desentendimentos com Rubens Menin, sócio majoritário da emissora.

A realidade dos bastidores, segundo um funcionário

A fala otimista do presidente, no entanto, foi contestada por um funcionário do canal, em condição de sigilo, ao Bastidor.TV. Para ele, a comparação com a Globo é “desleal”.

“Lá [na Globo], o jornalismo conta com 14 equipes de reportagem por dia, com três profissionais cada. Enquanto aqui [na CNN], muitos repórteres usam um celular e um tripé, já que temos apenas quatro câmeras disponíveis para os sete repórteres”, desabafou o profissional.

Ele ainda finalizou com uma crítica direta à gestão: “Só faltou ele (Camargo) dar uma previsão de quando a CNN vai se comportar como um canal de notícias de verdade e investir, de fato, em infraestrutura para nós, profissionais.” O relato expõe um abismo entre o discurso oficial da diretoria e a realidade enfrentada por quem produz o noticiário no dia a dia