Se o pão de queijo é o embaixador de Minas, o Tutu à Mineira é o prato que melhor representa a fartura e a criatividade da cozinha do estado. Um simples purê de feijão cozido e batido, engrossado com farinha de mandioca e temperado com alho e cheiro-verde, se transforma em uma iguaria que é a base de uma refeição completa, servido tradicionalmente com lombo de porco, couve refogada, ovo frito e um torresmo crocante por cima.
A origem do tutu está ligada à vida dos tropeiros, os homens que transportavam mercadorias pelo interior do Brasil nos séculos XVIII e XIX. Em suas longas jornadas, eles precisavam de alimentos que fossem nutritivos, fáceis de transportar e de preparar. O feijão, a farinha de mandioca e a carne de porco conservada na gordura eram a base de sua alimentação. O tutu nasceu dessa necessidade, como uma forma de “engrossar” o caldo do feijão, tornando-o mais substancioso.
O nome “tutu” vem do termo quimbundo “quitutu”, que significa “iguaria”, mostrando a influência africana na nossa culinária.
O Segredo para um Tutu Perfeito:

A receita é simples, mas alguns detalhes fazem a diferença:
O Feijão: Dê preferência ao feijão-roxo ou preto, que têm mais caldo e sabor. Ele deve ser bem cozido, quase desmanchando.
O Tempero: O tempero base é refogado na gordura de porco, com muito alho, cebola e folhas de louro. É isso que dá a alma ao prato.
A Farinha: A farinha de mandioca deve ser adicionada aos poucos, com o fogo baixo, mexendo sempre para não empelotar. O ponto ideal é o de um purê cremoso, nem muito duro, nem muito mole.
A Finalização: O torresmo, frito na hora e bem crocante, não é apenas um acompanhamento, é parte essencial do prato, trazendo textura e sabor.
O Tutu à Mineira é mais do que comida. É um prato que celebra a história, a fartura e a capacidade do povo mineiro de transformar ingredientes simples em uma festa para o paladar.























