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Santos: “R$ 105 milhões em jogo”; Mattos admite sonho por Gabigol só com ajuda do Cruzeiro

O diretor executivo de futebol do Santos, Alexandre Mattos, jogou um balde de água fria na expectativa de um acordo imediato por Gabigol, mas deixou uma fresta estrategicamente aberta. Em entrevista ao Denílson Show, repercutida neste domingo (21), o dirigente foi transparente sobre o tamanho do obstáculo para repatriar o Menino da Vila: o dinheiro.

Mattos afirmou categoricamente que o Peixe não tem condição de “incorporar” o atacante nas condições financeiras atuais de seu contrato com o Cruzeiro. No entanto, não descartou uma engenharia alternativa: uma “composição” com o clube mineiro. Na prática, isso significa um modelo de empréstimo onde a Raposa continuaria bancando uma fatia considerável dos vencimentos do atleta para viabilizar o negócio.

O Recado de Mattos no Santos: “Não temos condição”

A fala do dirigente coloca o Cruzeiro no centro da decisão. Mattos explicou que, se a discussão for sobre assumir o contrato integral, a chance é zero.

“Neste momento, o Santos não teria condição de incorporar o Gabriel na questão financeira. Mas você fazer uma composição…”, disse ele, deixando a reticência sugestiva no ar.

Ele também fez questão de reforçar os laços afetivos, lembrando que “Gabriel é cria do Santos” e que possui uma “relação maravilhosa” com o jogador. Ou seja: o veto não é técnico, nem pessoal. É puramente orçamentário.

A Matemática Assustadora: R$ 3 Milhões por Mês no Cruzeiro

Para entender por que Mattos fala em “composição”, é preciso olhar para os números do contrato de Gabigol em Belo Horizonte, detalhados pelo ge. O vínculo vai até dezembro de 2028 e os valores são de outro patamar:

Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro
  • Salário Mensal: Superior a R$ 3 milhões.
  • Compromisso Futuro: O Cruzeiro ainda tem mais de R$ 105 milhões a pagar ao atleta até o fim do contrato.
  • Multa Rescisória: Estipulada em R$ 700 milhões para o mercado nacional.

Com essa fotografia financeira, a única forma de o Santos entrar na jogada é se o Cruzeiro aceitar subsidiar a saída, pagando parte do salário para aliviar sua própria folha a longo prazo.

Análise Moon BH: O Jogo de Pôquer

A declaração de Alexandre Mattos funciona como uma jogada de pôquer calculada para três públicos.

  1. Para o Torcedor: Ele baixa a ansiedade e alinha expectativas, evitando a cobrança por uma contratação impossível.
  2. Para o Gabigol: É uma sinalização de que, se o desejo de voltar for real, o jogador precisará ser flexível na engenharia do negócio.
  3. Para o Cruzeiro: É o recado mais importante. Mattos diz à Raposa: “Se vocês querem se livrar desse custo altíssimo, vão ter que ajudar a pagar”.

No fim, a “novela Gabigol” no Santos não é sobre vontade de jogar ou amor à camisa — é sobre quem aceita pagar a conta de R$ 105 milhões que ainda resta no contrato.

Fhilipe Pelájjio
Fhilipe Pelájjiohttps://moonbh.com.br/fhilipe-pelajjio/
Publicitário, jornalista e pós-graduado em marketing, é editor do Moon BH e do Jornal Aqui de BH e Brasília. Já foi editor do Bhaz, tem passagem pela Itatiaia e parcerias com R7, Correio Braziliense e Estado de Minas. Especialista na cobertura de futebol, com foco em Atlético, Cruzeiro, Palmeiras e Flamengo há mais de 10 anos.