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Santos toma decisão com Vojvoda e Alexandre Mattos intervém

Em meio a protestos na Vila Belmiro e a crescente pressão pela proximidade com a zona de rebaixamento, o diretor de futebol do Santos, Alexandre Mattos, fez uma aposta ousada: bancar a permanência do técnico Juan Pablo Vojvoda. A decisão, tomada após uma reunião de crise no CT, é uma tentativa de “estancar a sangria” apostando na estabilidade, e não no “choque” de uma troca de comando.

A análise do movimento revela uma jogada calculada, mas de altíssimo risco, que joga toda a responsabilidade para dentro de campo.

A Análise da Decisão: Por Que Manter Vojvoda Agora?

A escolha de Mattos, embora possa parecer contraintuitiva para a torcida no calor da derrota para o Vitória, segue uma lógica de gestão de crise comum no futebol:

  1. O Timing é Péssimo para Trocas: Mudar de técnico a poucas rodadas do fim, com jogos decisivos pela frente (Botafogo e Fortaleza fora, depois Palmeiras e Flamengo), raramente surte o efeito desejado. O risco de desorganizar ainda mais o time é maior do que a chance de uma melhora súbita.
  2. O Fator Contratual e o Projeto: Vojvoda chegou há apenas dois meses, com um contrato longo (até 2026) e status de aposta para um projeto. Demiti-lo agora seria admitir um erro de planejamento rápido e custoso. Mattos opta por blindar o projeto.
  3. Transferência de Responsabilidade: Ao bancar o técnico, a diretoria envia um recado claro ao elenco: a culpa não é (apenas) do treinador, e a resposta precisa vir dos jogadores. A cobrança agora se volta para a atitude e a concentração dentro das quatro linhas.

O Risco da Aposta no Santos

Raul Baretta/ Santos FC

Manter o técnico em meio à crise, no entanto, coloca Mattos e a diretoria em uma posição vulnerável. Se o time não reagir imediatamente nos próximos jogos, a pressão da torcida se voltará contra quem decidiu pela continuidade. O “voto de confiança” tem prazo de validade curto e está atrelado aos resultados contra Botafogo e Fortaleza.

O ‘Coringa’ Neymar?

Um fator que pode (ou não) influenciar a paciência da diretoria é a expectativa pelo retorno de Neymar, que se recupera de lesão. A volta do craque, se ocorrer nas próximas semanas, pode mudar o patamar do time e aliviar a pressão sobre Vojvoda, justificando a aposta na continuidade.

O que eu acho?

A decisão de Alexandre Mattos é a aposta na racionalidade contra a emoção da arquibancada. É a escolha correta do ponto de vista da gestão de processos, mas que só se sustentará com resultados imediatos.

Vojvoda ganhou uma sobrevida, mas a corda continua esticada. A resposta (ou a falta dela) virá do campo, e ela definirá não apenas o futuro do Santos no Brasileirão, mas também o capital político de quem decidiu manter o “médico” mesmo com o paciente em estado grave.

Fhilipe Pelájjio
Fhilipe Pelájjiohttps://moonbh.com.br/fhilipe-pelajjio/
Publicitário, jornalista e pós-graduado em marketing, é editor do Moon BH e do Jornal Aqui de BH e Brasília. Já foi editor do Bhaz, tem passagem pela Itatiaia e parcerias com R7, Correio Braziliense e Estado de Minas. Especialista na cobertura de futebol, com foco em Atlético, Cruzeiro, Palmeiras e Flamengo há mais de 10 anos.