O Palmeiras entra na reta final de dezembro olhando fixamente para um calendário que tira o sono da diretoria do Cruzeiro. A partir de hoje (18), restam apenas 14 dias para que Matheus Pereira entre na chamada “zona de risco” contratual. O vínculo do camisa 10 com a Raposa vai até 30 de junho de 2026, o que significa que, no dia 1º de janeiro, ele estará livre pela regra da FIFA para assinar um pré-contrato com qualquer outra equipe e sair de graça no meio do ano.
Para o Verdão, essa brecha representa a oportunidade de aplicar um “golpe de mercado”: contratar um dos melhores meias do país sem pagar taxa de transferência ao rival. O ativo em questão é valiosíssimo: no Transfermarkt, Matheus Pereira está avaliado em € 14 milhões.
Pela cotação de referência atual (R$ 6,44), estamos falando de um jogador de R$ 90,3 milhões que pode ficar disponível apenas pelos custos de luvas e salários se o Cruzeiro não agir rápido.
O Custo da Operação ao Palmeiras: Salário de R$ 2 Milhões
Embora a possibilidade de um pré-contrato elimine a necessidade de comprar os direitos econômicos, tirar Matheus Pereira de Belo Horizonte exige um pacote salarial robusto. O meia possui o maior vencimento da Toca da Raposa.
Os ganhos mensais do jogador giram entre R$ 1,8 milhão e R$ 2 milhões (considerando luvas diluídas e imagem). Isso projeta um custo anual fixo entre R$ 21,6 milhões e R$ 24 milhões.
O Cruzeiro, que investiu cerca de R$ 30 milhões para comprá-lo em definitivo em 2024, sabe que perder esse ativo “de graça” seria um desastre financeiro e técnico para a gestão da SAF.
A Regra da FIFA e as Opções na Mesa

O regulamento é claro: nos últimos seis meses de vínculo, o atleta tem autonomia para definir seu futuro, desde que o clube interessado notifique o atual por escrito. Diante desse cenário de pressão, três caminhos se desenham para os próximos dias:
- Renovação Imediata: O Cruzeiro antecipa o xeque-mate, fecha a renovação antes da virada do ano e acaba com a especulação, valorizando seu ativo.
- A Investida do Palmeiras: Se janeiro chegar sem acordo, o Verdão ganha legitimidade para apresentar um projeto esportivo e financeiro diretamente ao estafe do jogador, tentando travá-lo para o segundo semestre.
- Venda com Desconto: Em um cenário de impasse, o Cruzeiro poderia ser forçado a negociar o atleta agora por um valor abaixo da multa para não perdê-lo de graça em julho, embora essa seja a opção mais traumática.
Análise Moon BH: O Relógio é o Inimigo
Se o Cruzeiro quer evitar a narrativa de que “dormiu no ponto”, precisa chegar no dia 31 de dezembro com a renovação assinada ou, no mínimo, verbalmente blindada. Deixar um ativo de R$ 90 milhões entrar em janeiro disponível para pré-contrato é um erro primário de gestão de ativos.