A delegação do Palmeiras que embarca para Lima, no Peru, terá uma presença ilustre e milionária, mas que não entrará em campo. O atacante Paulinho, contratação mais cara da história do clube (R$ 162 milhões), foi incluído na lista de viagem para a final da Libertadores contra o Flamengo, no dia 29 de novembro.
A notícia da viagem acendeu uma última chama de esperança na torcida, mas o departamento médico e a diretoria trataram de ser transparentes: Paulinho viaja para apoiar, não para jogar. O “veredicto final” é de que o atleta, embora em evolução, não reúne condições clínicas para disputar uma partida de alta intensidade.
O Veto Médico: Por Que Paulinho Não Joga?
A decisão de vetar a participação do camisa 10 é baseada na ciência. Paulinho passou por uma cirurgia de fixação da tíbia com enxerto ósseo em julho. O tempo de consolidação total para esse tipo de lesão é de, no mínimo, seis meses para o retorno ao esporte de contato.
Colocá-lo em campo agora, mesmo que por 15 minutos, seria uma irresponsabilidade médica. O risco de uma nova fratura ou de comprometer a estrutura colocada na cirurgia é altíssimo. O Núcleo de Saúde e Performance (NSP) do Verdão priorizou a carreira do atleta e a temporada de 2026, vetando qualquer “sacrifício” em 2025.
O “Capitão Sem Faixa”: O Papel de Paulinho em Lima
Se não vai jogar, por que levar? Abel Ferreira e a diretoria entendem que Paulinho é uma peça fundamental na engrenagem emocional do elenco.
- Liderança: Sua presença no vestiário, na concentração e no banco de reservas serve como combustível moral para o grupo.
- Unidade: O clube quer mostrar que “estão todos juntos”. Deixar o principal investimento do ano em São Paulo poderia passar uma mensagem de isolamento.
- A Foto do Título: Caso o Palmeiras conquiste o tetra, é fundamental institucionalmente que sua maior estrela esteja presente na festa e nas fotos oficiais, valorizando a marca e o ativo.
O Palmeiras que Vai a Campo
Com Paulinho fora de combate (apenas na torcida), Abel Ferreira foca 100% nos jogadores aptos. O ataque será liderado por Vitor Roque, com suporte de Felipe Anderson e Facundo Torres. A estratégia está montada sem contar com o milagre.
Análise: Gestão de Grupo Exemplar
A decisão de levar Paulinho é um acerto de gestão de grupo. O Palmeiras ganha um “torcedor de luxo” dentro do vestiário, alguém que sabe o peso da camisa e pode orientar os mais jovens. Ao mesmo tempo, a clareza sobre o veto médico (reforçada por Anderson Barros recentemente) evita que a ansiedade da torcida se transforme em pressão desnecessária sobre o treinador durante o jogo. Paulinho vai para Lima, mas a missão de vencer o Flamengo caberá aos companheiros que estão 100%.
