O mercado da bola sul-americano tem dessas ousadias. O gigante argentino Boca Juniors está preparando uma investida para tirar o atacante uruguaio Facundo Torres do Palmeiras na próxima janela. De olho na perda de espaço do jogador no time titular de Abel Ferreira, o clube Xeneize estuda formalizar uma oferta de € 4 milhões (cerca de R$ 24,5 milhões).
A proposta, no entanto, causou espanto e irritação nos bastidores da Academia de Futebol. O valor oferecido representa pouco mais de um terço do que o Verdão investiu para contratar o atleta há menos de um ano, configurando um cenário de prejuízo financeiro inaceitável para a gestão de Leila Pereira.
Facundo Torres: R$ 70 Milhões vs. R$ 24 Milhões
Para entender o tamanho da discrepância, basta olhar para o caixa alviverde em janeiro deste ano. O Palmeiras pagou cerca de US$ 12 a 14 milhões (na faixa de R$ 70 a R$ 75 milhões) ao Orlando City para trazer Torres, na maior contratação da história do clube na época.
Se aceitasse a oferta de € 4 milhões (R$ 24,5 milhões) do Boca Juniors agora, o Palmeiras amargaria um prejuízo imediato de aproximadamente R$ 45 milhões.
- Pagou: R$ 70 milhões.
- Receberia: R$ 24,5 milhões.
- Saldo: – R$ 45,5 milhões.
A Estratégia do Boca: “Pescar na Baixa”

O Boca Juniors tenta explorar o momento técnico de Facundo Torres. Embora tenha chegado com status de estrela, o uruguaio oscilou durante a temporada e, na reta final de 2025, perdeu espaço entre os titulares absolutos, virando opção de luxo no banco.
A lógica dos argentinos é oferecer uma saída para um jogador que quer protagonismo e um alívio na folha salarial do Palmeiras (já que Torres tem um dos maiores salários do elenco). No entanto, a oferta financeira é considerada “irrisória” para um ativo de 25 anos, com contrato até 2029 e convocações constantes para a seleção do Uruguai.
Análise: Palmeiras Não Fará “Liquidação”
A chance de o negócio sair nesses termos é praticamente nula. O Palmeiras não é um clube que precisa “liquidar” ativos para fechar as contas. A diretoria entende que Facundo Torres é um investimento de longo prazo.
Vender agora por € 4 milhões seria assinar um atestado de fracasso na contratação. O cenário mais provável é que o Verdão recuse prontamente a investida e aposte na recuperação do jogador em 2026, ou exija um valor muito superior (pelo menos recuperando o investimento inicial) para liberar o atleta. O Boca tentou a “barganha”, mas encontrou um clube financeiramente sólido do outro lado do balcão.