O Palmeiras segue inovando em sua captação de talentos e abriu negociações para contratar uma promessa com um perfil físico raríssimo: Tiecoura Konaté, um zagueiro de 18 anos e impressionantes 2,01m de altura, vindo do Mali.
A informação, divulgada inicialmente pelo UOL e confirmada pela ESPN, revela a estratégia do clube de internacionalizar suas categorias de base, buscando perfis que fogem do comum no mercado sul-americano.
A ideia é que o jovem defensor chegue, inicialmente, para um período de adaptação e desenvolvimento no elenco Sub-20.
O Teste que Agradou a Academia
Konaté não é um nome desconhecido na Academia de Futebol. Em junho deste ano, o zagueiro participou de um período de intercâmbio e treinamentos no CT de Guarulhos, ao lado de outro compatriota, Mohamed Keita. Ambos são da “Africa Foot”, uma renomada academia de formação de Bamako, capital do Mali, que inclusive divulgou o período de testes dos atletas no Palmeiras em suas redes sociais.
Durante as avaliações, Konaté agradou imensamente à comissão técnica da base. Sua imposição física, impulsão e, obviamente, a vantagem nos duelos aéreos graças aos 2,01m de altura, chamaram a atenção e validaram a aposta em sua contratação.
A Estratégia de “Scouting” na África
A busca por talentos no mercado africano faz parte de uma nova diretriz da diretoria de base do Palmeiras. O objetivo é ampliar o scouting para além do eixo tradicional do futebol brasileiro e sul-americano, buscando perfis físicos e técnicos que são mais escassos por aqui. Trazer um zagueiro com essa estatura, por exemplo, é um diferencial imediato em bolas paradas ofensivas e defensivas.

Ao “garimpar” diretamente em academias africanas, o Verdão busca se antecipar aos gigantes europeus, contratando o potencial a um custo de formação muito baixo. O plano é desenvolver o atleta internamente para, no futuro, gerar um ativo de alto valor de revenda, repetindo o sucesso de sua vitoriosa política de formação.
Como Funciona o Negócio com o Palmeiras?
Como Konaté já completou 18 anos, a negociação é facilitada pelas regras da FIFA, que permitem a transferência internacional (a proibição geral é para menores de 18). O negócio exigirá a emissão do Certificado Internacional de Transferência (ITC) e a regularização do visto de trabalho desportivo.
A contratação não deve ter um custo de transferência elevado, mas sim o pagamento de “Compensação por Formação” à academia do Mali, um investimento padrão em negócios desse tipo. O Palmeiras não deve ter problemas com o limite de estrangeiros no time profissional, já que Konaté atuará, a princípio, exclusivamente pelo Sub-20.
Análise: Aposta de Baixo Risco e Alto Potencial
A contratação de Tiecoura Konaté é um movimento clássico da gestão de base do Palmeiras: baixo risco financeiro (investimento em formação, não uma compra milionária) e um potencial de retorno altíssimo. O maior desafio será o processo de integração do jogador ao Brasil, incluindo idioma, cultura e a adaptação à intensidade tática do futebol de base do clube.
Se o negócio for fechado e a adaptação for bem-sucedida, o Verdão ganha não apenas uma “torre” para sua defesa, mas também uma aposta exótica que, se bem desenvolvida, pode render frutos esportivos e financeiros significativos nos próximos anos.