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Palmeiras: Empréstimo de Endrick pode barrar bônus de R$ 78 milhões

A falta de minutos de Endrick no Real Madrid acendeu um alerta não apenas na Espanha, mas também nos cofres do Palmeiras. O clube espanhol avalia emprestar a jovem estrela brasileira em janeiro de 2026 para que ele ganhe mais rodagem, visando a Copa do Mundo.

No entanto, essa decisão, puramente esportiva para o Real, pode ter um “efeito colateral” financeiro amargo para o Verdão: impedir o recebimento de até € 12,5 milhões (cerca de R$ 78 milhões) em bônus previstos no contrato de venda.

O Mecanismo dos Bônus: Performance no Real Madrid

A chave para entender o problema está nas letras miúdas do contrato. Conforme apurado pelo portal UOL, a venda de Endrick incluiu uma série de gatilhos por performance individual que podem render essa bolada ao Palmeiras. Crucialmente, essas metas (como número de gols, assistências, pênaltis sofridos, etc.) só são ativadas se o desempenho ocorrer com a camisa do Real Madrid.

Se Endrick for emprestado – seja para outro clube europeu (cenário mais provável) ou até mesmo de volta ao Brasil – as metas simplesmente não contam durante o período de empréstimo.

O Relógio Contra o Palmeiras: O Prazo de 2030

Além de pausar o recebimento dos bônus, um empréstimo também “come” um tempo precioso. O contrato estipula que as metas precisam ser atingidas até 30 de junho de 2030. Cada mês que Endrick passa fora do Real Madrid diminui a janela útil para que ele acumule as ações necessárias para liberar o pagamento integral dos € 12,5 milhões.

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Fabio Menotti/Palmeiras/by Canon
  • Um empréstimo de seis meses (janeiro a junho de 2026) reduziria o tempo disponível em cerca de 11%.
  • Um empréstimo de um ano (janeiro a dezembro de 2026) cortaria a janela em aproximadamente 22%.

Embora o Palmeiras já tenha recebido pequenos valores por ações pontuais de Endrick no Real (como € 70 mil por dois gols, segundo a ESPN), o grosso do dinheiro ainda depende dessa performance continuada em Madrid.

Análise: O Conflito de Interesses

A situação cria um claro conflito de interesses. Para Endrick e para o Real Madrid, um empréstimo pode ser a melhor solução esportiva no curto prazo, garantindo os minutos que ele precisa para evoluir e chegar à Copa do Mundo em alta. Para o Palmeiras, do ponto de vista puramente financeiro, o cenário ideal é que ele permaneça na Espanha, jogando e ativando os gatilhos contratuais.

O empréstimo ainda não é uma certeza, mas a simples possibilidade já coloca a diretoria alviverde em alerta. O clube, que contava com essa receita futura em seu planejamento, agora precisa torcer para que sua Cria da Academia ganhe espaço rapidamente no time principal do Real Madrid, beneficiando a todos: jogador, clube espanhol e, claro, o caixa do Verdão.

Marcos Amaral
Marcos Amaral
Jornalista formado pela Estácio de Sá, cobre futebol por paixão e profissão. Jogador amador, é especialista na cobertura do Flamengo, Palmeiras, Cruzeiro, Atlético, Grêmio e Corinthians. Há mais de anos acompanha de perto o futebol nacional.