O sonho de rever Endrick com a camisa do Palmeiras em 2026, mesmo que por empréstimo, reacendeu com força nas redes sociais. A notícia de que o Real Madrid considera ceder o jovem atacante temporariamente para que ele ganhe minutos abriu a porta para a esperança da torcida. A análise fria do cenário, no entanto, mostra que essa porta dificilmente se abrirá para o Brasil.
A estratégia do Real Madrid, a posição já declarada de Leila Pereira e a própria lógica do mercado europeu tornam o retorno, hoje, uma fantasia improvável.
A Análise da Estratégia do Real Madrid: Lapidar na Europa
O ponto central que define o destino de Endrick é a estratégia do clube espanhol. Se o Real Madrid decidir emprestá-lo, o objetivo será um só: acelerar seu desenvolvimento no mais alto nível competitivo. Isso significa, na prática, buscar um clube europeu que ofereça:
Minutagem Garantida: Um time onde ele seja peça importante e jogue regularmente.
Competição de Elite: Idealmente, um clube que dispute uma das 5 grandes ligas (Espanha, Inglaterra, Alemanha, Itália, França) e, se possível, competições europeias.
Ambiente Controlado: Manter o jogador adaptado ao fuso horário, calendário e estilo de jogo europeu, facilitando seu retorno e monitoramento.
Um empréstimo ao Brasil vai contra todos esses objetivos. Seria um “passo atrás” na adaptação e na vitrine que o Real Madrid busca para um ativo que custou até € 60 milhões.
+ Palmeiras pode perder Bruno Fuchs, do Atlético, após lesão de Lyanco?
E o PSG? Um Rival Direto no Caminho

O interesse do PSG, noticiado pela imprensa, adiciona uma camada de complexidade. Embora o clube francês possa oferecer vitrine e dinheiro, a análise de mercado mostra que gigantes europeus raramente emprestam suas maiores joias para rivais diretos na Champions League.
Para o PSG ter alguma chance, precisaria oferecer garantias contratuais de titularidade e cobrir 100% do alto salário, e ainda assim enfrentaria a relutância do Real Madrid. Clubes de “segunda prateleira” na elite europeia (Espanha, Itália, Alemanha) largam na frente.
A Posição do Palmeiras: Coerência e Realismo
Leila Pereira já havia descartado a ideia no passado, e a posição se mantém. O Palmeiras não pode basear seu planejamento para 2026 em uma variável que não controla. Esperar por um empréstimo que depende 100% da vontade do Real Madrid (e que vai contra a lógica do clube espanhol) seria um erro de gestão. O Verdão precisa seguir seu caminho, buscando soluções permanentes no mercado.
O que eu acho
O desejo da torcida é compreensível, mas a realidade do futebol de elite opera em outra frequência. O Real Madrid investiu uma fortuna em Endrick e não arriscará seu desenvolvimento enviando-o de volta para um calendário e um nível competitivo diferentes.
Se o empréstimo se concretizar em janeiro, o destino mais provável é um clube europeu que lhe garanta minutos e o mantenha na vitrine certa. O avião de Endrick decolou, e a rota de volta para casa, neste momento, não está nos planos de voo.