O West Ham, da Inglaterra, está estudando uma proposta de engenharia financeira ousada para tirar Vitor Roque do Palmeiras. Em vez de um simples cheque, a ideia que circula na imprensa europeia é oferecer o retorno de uma cria da Academia, o meia-atacante Luis Guilherme, mais uma quantia em dinheiro.
A análise da estrutura, no entanto, revela um quebra-cabeça complexo, onde o valor que de fato entraria no caixa do Palmeiras é bem menor do que parece, criando um dilema para a diretoria alviverde.
Palmeiras estudaria a engenharia
O grande “xis” da questão é a cláusula de 20% de “sell-on” que o Barcelona manteve ao vender Vitor Roque. Isso significa que 20% do valor total de qualquer negociação (incluindo o valor atribuído a Luis Guilherme) vai para a Espanha.
Vamos a uma simulação prática, considerando Luis Guilherme avaliado em €15 milhões:
- Proposta Total: €15 milhões (em dinheiro) + Luis Guilherme (€15 milhões) = €30 milhões.
- A Fatia do Barcelona: 20% de €30 milhões = €6 milhões.
- O que Sobra: Dos €15 milhões em dinheiro, €6 milhões vão para o Barça. Restam €9 milhões para o Palmeiras, antes de outros descontos.
Ou seja, para o Palmeiras, o negócio seria receber Luis Guilherme de volta e apenas €9 milhões em caixa.
O Dilema Esportivo e o Poder do Palmeiras
A proposta cria um problema tático. O Palmeiras entregaria seu centroavante titular e receberia de volta um ponta/meia. A troca não resolve uma posição; ela cria a necessidade de ir ao mercado buscar outro.
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É por isso que o poder de barganha está todo com o Verdão. Com Vitor Roque em alta e contrato até 2029, o clube não tem pressa. A diretoria pode simplesmente dizer “não” e esperar por uma proposta mais vantajosa — idealmente, toda em dinheiro. Além disso, o interesse de outros clubes, como o Milan, pode criar um leilão, inflando ainda mais o preço.
O que eu acho?
A proposta estudada pelo West Ham é criativa, mas, na análise fria, é muito mais vantajosa para eles do que para o Palmeiras. Ela reduz o desembolso de caixa do clube inglês e cria um problema esportivo para Abel Ferreira.
A diretoria do Palmeiras, ciente disso, provavelmente usará essa sondagem apenas como um termômetro para estabelecer sua pedida real, que deve ser na casa dos €40 milhões, pagos em dinheiro. A engenharia proposta pelos Hammers é interessante, mas dificilmente será o bastante para tirar o artilheiro do Allianz Parque.
