A notícia de que a nova multa rescisória de Agustín Giay no Palmeiras foi fixada em US$ 100 milhões (cerca de R$ 530 milhões) assusta, e a intenção da diretoria é exatamente essa. Mas é crucial entender o jogo por trás do número: esse valor é uma mensagem ao mercado e uma proteção política, não o preço do jogador na prateleira. A estratégia do clube é outra.
Vamos decodificar o que essa cifra realmente quer dizer.
Decodificando a Multa: Teto Jurídico, Não Preço de Venda
No futebol moderno, uma multa rescisória estratosférica como essa tem três funções principais, e nenhuma delas é ser o preço de venda:
- É um Teto Jurídico: É o valor que um clube precisa pagar para tirar o jogador de forma unilateral, sem negociar com o Palmeiras. Isso raramente acontece em transferências desse porte.
- É uma Âncora de Barganha: Ao “vazar” um número tão alto, o Palmeiras estabelece um ponto de partida mentalmente elevado para qualquer negociação. A mensagem para os clubes europeus é: “não venham com propostas baixas”.
- É uma Mensagem para a Torcida: A diretoria sinaliza para seus torcedores que não pretende vender a joia argentina a qualquer custo, acalmando a pressão interna.
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A Posição de Força do Palmeiras

O clube pode se dar ao luxo de fixar essa régua por estar em uma posição de controle absoluto. Com o contrato de Giay recém-renovado até 2030 e o jogador se firmando como peça fundamental, o Palmeiras não tem pressa nem necessidade de vender.
O assédio de clubes como Milan, Napoli e Benfica apenas reforça para a diretoria que a estratégia de “blindagem” é o caminho correto para proteger um ativo que custou US$ 7,5 milhões por 75% dos direitos.
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Análise: Qual é o Preço ‘Real’ de Giay?
Se a multa de US$ 100 milhões é o recado, qual seria o preço real que faria o Palmeiras sentar à mesa para negociar? Com base em transferências recentes de laterais jovens e promissores na Série A, um cenário realista para uma proposta que iniciaria uma conversa séria estaria na casa de € 20 a € 30 milhões, acrescidos de bônus por metas e, idealmente, um percentual de venda futura.
A probabilidade, hoje, é de que Giay permaneça no clube em 2026 (60% de chance). Uma venda só aconteceria diante de uma proposta realmente fora da curva.
Veredito confirma: Estratégia de Leila Pereira
A “multa de US$ 100 milhões” cumpre seu papel com perfeição: educa o mercado sobre o patamar da conversa e tranquiliza a torcida. O Palmeiras trancou a porta e guardou a chave. Para abrir, qualquer interessado precisará chegar não com um cheque, mas com uma carta de crédito que mude o patamar financeiro do clube.
Essa é uma das mais brilhantes estratégias da presidente Leila Pereira. Assim ela garante a permanência do jogador de forma segura e sem riscos de o perder para um concorrente de forma barata. Ao mesmo tempo, mostra ao mercado que o rapaz vale muito e só vai aceitar propostas de peso.