A “guerra das bets” pelo patrocínio dos gigantes brasileiros chegou com força ao Allianz Parque, mas encontrou uma muralha. Nos últimos dias, o Palmeiras recebeu sondagens e ouviu propostas de casas de apostas que chegaram à casa dos R$ 150 milhões por ano para estampar o espaço master de sua camisa. A resposta da diretoria, no entanto, foi um “não” estratégico.
Mas por que um valor que seria recorde na maioria dos clubes do Brasil não foi suficiente para o Verdão? A resposta está na força do contrato atual, na estratégia da gestão de Leila Pereira e em uma nova e altíssima régua de preço. A seguir, um dossiê completo que explica o jogo de xadrez nos bastidores.
O que Aconteceu? A Nova Onda de Propostas
O gatilho para o novo assédio foi o megacontrato do Flamengo com a Betano (cerca de R$ 268 milhões/ano, incluindo variáveis). O movimento inflacionou o mercado e fez com que as concorrentes corressem para tentar fechar com o outro gigante do país, o Palmeiras.
Fontes do mercado esportivo confirmam que propostas de até R$ 150 milhões anuais foram apresentadas, mas o clube optou por manter sua parceria atual.
Mas… Quanto o Palmeiras JÁ Ganha?
Aqui está o ponto-chave. O contrato do Palmeiras com a Sportingbet, válido até o fim de 2027, já é um dos maiores do Brasil. A estrutura é:
- Valor Fixo: R$ 100 milhões por ano.
- Valor com Bônus: O acordo prevê gatilhos por performance (títulos) que podem elevar o total para até R$ 170 milhões anuais.
Ou seja, a proposta de R$ 150 milhões, embora alta no valor fixo, é inferior ao teto que o clube já pode atingir com o parceiro atual.
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Por que R$ 150 Milhões Não é o Bastante?
A recusa do Palmeiras se baseia em uma lógica puramente de negócios. Além de a oferta não superar o potencial do contrato vigente, há outros fatores:
- Custo da Troca: Romper um contrato em vigor tem custos de multa e riscos jurídicos. Um novo acordo teria que cobrir essa perda e ainda oferecer uma vantagem substancial.
- Estratégia de Pulverização: A gestão de Leila Pereira tem sido mestre em “pulverizar” os patrocínios da camisa, com múltiplos parceiros em diferentes propriedades. Isso reduziu a dependência de um único patrocinador master e aumentou a receita total do uniforme, que hoje “vale” mais de R$ 200 milhões.
Análise Final: Qual é o “Preço” para Mudar?
O Palmeiras não está imune à “guerra das bets”, mas, no momento, não é refém dela. A mensagem para o mercado é clara: o clube só senta à mesa para discutir uma troca se a proposta for de “outro nível”.
Nos bastidores, a régua que circula é de um patamar próximo a R$ 200 milhões por ano apenas pelo master. Um valor de R$ 150 milhões, que seria um sonho para 99% dos clubes, no Allianz Parque hoje, não é suficiente para derrubar um contrato vigente e uma estratégia bem-sucedida. O Verdão joga com a força de quem tem as contas em dia e a sala de troféus cheia.


