O Palmeiras encontrou uma nova e lucrativa forma de assistir ao mercado da bola: lucrando com a briga dos rivais. A transferência do lateral-direito Kauã Moraes, de 18 anos, do Athletico-PR para o Cruzeiro, vai render uma “bolada” de cerca de R$ 3 milhões aos cofres do Verdão. O motivo? Uma cláusula estratégica que garantiu ao clube formador 30% dos direitos econômicos do atleta.
A operação, que incendiou a relação entre mineiros e paranaenses, se tornou um exemplo perfeito de como a gestão de ativos da base pode gerar receita mesmo depois que o jogador já deixou o clube.
A “Guerra” que Encheu o Cofre Alviverde
A negociação que beneficiou o Palmeiras foi a “guerra” particular entre Cruzeiro e Athletico. A SAF de Pedro Lourenço decidiu pagar a multa rescisória de R$ 10 a 11 milhões para tirar Kauã Moraes do Furacão, em um movimento visto como um “troco” pelo caso Vitor Roque.
O que os rivais não contavam é que, no fim das contas, parte desse dinheiro teria como destino o caixa do Palmeiras, clube onde o lateral foi formado e que, inteligentemente, manteve uma fatia de seu passe.
A Fábrica de Dinheiro Não Para
O caso de Kauã Moraes não é isolado; ele faz parte de uma estratégia consolidada no Palmeiras. Nos últimos dias, o clube já havia garantido outra receita “inesperada” com a venda de Wesley, do Internacional para o Al-Rayyan, da qual o Verdão detinha 50% dos direitos. Antes disso, a venda de Kevin do Shakhtar para o Fulham também ativou cláusulas que renderam milhões.
Essa política de manter percentuais de Crias da Academia é o que ajuda a financiar a janela de R$ 700 milhões do clube.
Análise: A Gestão que Pensa no Futuro
A operação Kauã Moraes é pequena no varejo, mas gigante na estratégia. Ela mostra que a diretoria do Palmeiras aprendeu a “ganhar duas vezes” com suas joias: primeiro, na venda inicial; depois, na revenda por outro clube.
Ao reter 30% de um jogador em maturação, o clube garantiu um “direito de arrependimento financeiro”. O atleta decolou em outro lugar, e o Palmeiras colheu os frutos. Em um mercado onde os rivais se digladiam, o Verdão sentou e assistiu ao dinheiro entrar na conta. É a mais pura definição de uma jogada de mestre.