A porta da Academia de Futebol para a Europa está trancada, e a chave só será girada novamente em 2026. Em uma demonstração de força e planejamento estratégico, o Palmeiras não apenas recusou uma proposta de €15 milhões (cerca de R$ 95 milhões) do Milan pelo lateral Agustín Giay, como também comunicou ao mercado que o jogador é inegociável até, pelo menos, o início daquele ano.
A decisão, liderada pela presidente Leila Pereira, frustra os planos de gigantes europeus, mas consolida um projeto esportivo e financeiro de longo prazo para um de seus principais ativos. O rival Flamengo é um fator importante para a decisão.
A Muralha Alviverde Contra o Assédio Europeu
O “não” ao Milan foi apenas a ponta do iceberg. Clubes como Roma e Napoli também monitoram de perto o argentino de 21 anos, que se firmou como peça-chave no time de Abel Ferreira. A blindagem até 2026 serve para inibir um leilão de última hora nesta janela e dar previsibilidade ao planejamento do clube.
Os Pilares da Blindagem: Por que Agora Não?
A recusa do Verdão se baseia em uma combinação de fatores técnicos, contratuais e financeiros:
- Necessidade Técnica: Com a saída de Mayke, Giay se tornou fundamental na lateral-direita. Vendê-lo agora, sem uma reposição à altura no mercado, seria um risco técnico desnecessário em meio a disputas de títulos.
- Força Contratual: O jogador tem um contrato longo, válido até dezembro de 2029, o que dá ao Palmeiras controle total sobre qualquer negociação.
- Engenharia Financeira: O clube ainda avalia comprar os 25% dos direitos que pertencem ao San Lorenzo. Ao fazer isso, o Palmeiras maximizaria o lucro em uma venda futura, que certamente ocorreria por um valor muito superior aos €15 milhões oferecidos hoje.
Fator Flamengo na decisão do Palmeiras
O que acontece é que o clube sabe que o maior rival está altamente reforçado. Com dinheiro em caixa, a avaliação é que não é o momento de se desfazer de jogadores importantes quando a briga pelo título do Brasileirão deve ficar entre os dois clubes.
Além disso, o mais importante ainda está por vir: a Libertadores. Lá, cada jogador pode fazer a diferença e manter Giay é estratégico.
Análise: O Jogo de Paciência de um Gigante
A decisão de “trancar a porta” por Giay é menos teimosia e mais uma estratégia de mestre. Vender agora seria trocar o controle de um ativo valiosíssimo por uma urgência que o clube não tem. O mercado europeu não vai desaparecer; pelo contrário, se Giay continuar performando em alto nível em jogos de mata-mata, voltará mais caro e mais cobiçado.
A aposta do Palmeiras é que a curva de valorização esportiva e financeira do jogador nos próximos 18 meses cubra qualquer risco. Por ora, o tempo e as cartas estão nas mãos do Verdão.