A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, fez uma declaração de grande impacto sobre o futuro da gestão no futebol brasileiro. Em um evento sobre fair play financeiro promovido pela CBF, a mandatária surpreendeu ao afirmar que a transformação dos clubes em Sociedade Anônima do Futebol (SAF) é “a grande solução”, inclusive para o Verdão.
No entanto, ela fez questão de ressaltar que não pretende liderar essa mudança durante sua gestão, que vai até 2027, por avaliar que o modelo atual do clube ainda é vitorioso.
A defesa do modelo SAF no Palmeiras
Em sua fala, Leila Pereira foi enfática ao criticar o modelo associativo, que ainda rege a maioria dos clubes brasileiros. Para ela, o formato está “ultrapassado” e não responsabiliza os dirigentes por gestões ruins.
“Nunca vi presidentes serem penalizados ou culpados. E vocês olham cada aberração por aí”, disse a presidente, segundo a CNN Brasil. Em sua visão, o modelo SAF, com um dono e uma estrutura empresarial, traz mais profissionalismo e responsabilidade para a gestão. “Acho que a grande solução dos clubes é virar SAF. Também (é solução no Palmeiras)”, completou.
Por que não agora, Leila?
Apesar de defender a SAF como o caminho ideal para o futuro, Leila descartou a implementação da mudança no Palmeiras durante seu mandato. A justificativa é a de que o modelo atual do clube, embora associativo na essência, funciona de forma superavitária e vitoriosa, com finanças em dia e uma governança que tem dado certo.
A presidente também aproveitou para alfinetar os rivais que enfrentam dificuldades financeiras. “Não na minha gestão, eu jamais proporia esse tipo de modificação no estatuto. São dois anos e meio que tenho pela frente ainda. Não gostaria de fazer nenhuma alteração“, disparou.
“Muitas pessoas se acham donas do clube”
Há um porém na história. Ela acredita que a SAF do verdão pode acabar sendo melada por causa de pessoas que gostam da influência que têm e podem não querer largar o osso:
“Se o Palmeiras algum dia, o que eu não acredito… Eu considero isso um sonho, mas não acredito que o Palmeiras vire uma SAF. Porque muitas pessoas que estão no Palmeiras se acham donas do clube. Aí perderiam essa posição. Enquanto eu for presidente, sempre vou lutar pelo melhor para o clube, sempre pagando tudo em dia”
SAF de R$ 4 bilhões
Ao apoiar publicamente o modelo SAF como o futuro, mas descartar sua implementação imediata em um clube que está no auge, ela equilibra uma visão estratégica de longo prazo com o respeito à história e, principalmente, aos resultados do presente.
Segundo os dados do site Sport Value, hoje o Palmeiras tem o segundo maior preço entre os clubes brasileiros. Ele está avaliado em R$ 4 bilhões, atrás apenas do Flamengo, que vale cerca de R$ 5 bilhões.
A postura demonstra que o Palmeiras, embora não queira ser o pioneiro na mudança de sua estrutura, se posiciona como um protagonista cauteloso, mas atento, no debate que definirá o futuro do futebol brasileiro.
