O planejamento do Grêmio para 2026 sob o comando de Luís Castro fez sua primeira “vítima” no meio-campo. O volante Camilo Reijers, contratado no início de 2025, está de malas prontas para deixar o Tricolor Gaúcho e reforçar a Chapecoense. O negócio está encaminhado e o jogador deve se apresentar de imediato na Arena Condá, onde a equipe catarinense já iniciou a pré-temporada visando o retorno à elite do futebol brasileiro.
A transferência deve ser selada por empréstimo, já que Camilo possui contrato longo com o Grêmio (até o fim de 2027). A saída é vista como uma solução de mercado para “desafogar” o setor, que conta com excesso de opções, e dar rodagem a um ativo que não conseguiu se firmar como titular absoluto na temporada passada.
Camilo fora dos planos de Luís Castro no Grêmio
A decisão de liberar Camilo passa diretamente pela avaliação da nova comissão técnica. Com apenas 26 jogos e uma assistência em 2025, o volante de dupla nacionalidade (brasileira e holandesa) perdeu espaço na rotação e não convenceu o técnico Luís Castro de que seria peça útil para o próximo ano.
Além da questão técnica, o Grêmio precisava enxugar a folha. Antes do acerto com a Chapecoense, o jogador chegou a receber sondagens do Coritiba e do Juárez (México), o que prova que, apesar da baixa no Sul, ele ainda tem mercado. A opção pela Chapecoense atende ao desejo de manter o atleta competindo em alto nível na Série A.
Chapecoense aposta em perfil “internacional” para a Série A
Para a Chapecoense, a chegada de Camilo é estratégica. De volta à primeira divisão em 2026, o clube busca jogadores com experiência e vigor físico para suportar o calendário de elite. Camilo se encaixa no perfil:

- Rodagem: Tem passagens por Lyon (França), RWDM (Bélgica) e Akhmat Grozny (Rússia).
- Físico: Aos 26 anos, oferece a intensidade de marcação que a Chape busca para o meio-campo.
- Timing: O fato de já estar disponível em dezembro permite que ele faça a pré-temporada completa, acelerando a adaptação ao time de Chapecó.
A sombra jurídica: Disputa de US$ 750 mil com o Akhmat na FIFA
Embora a troca de clube seja um movimento esportivo, Camilo carrega uma “bagagem” extra-campo complexa. Sua vinda para o Grêmio foi amparada pela “cláusula de guerra” da FIFA, o que gerou um processo do seu ex-clube, o Akhmat Grozny.
Os russos cobram uma indenização na casa de US$ 750 mil (aprox. R$ 4,5 milhões) na FIFA, alegando que a transferência não seguiu os trâmites normais. O Grêmio sustenta que não deve nada e que a ação ainda não foi julgada, mas o “ruído” jurídico acompanha o atleta. Na prática, a Chapecoense leva o jogador, mas o Grêmio continua sendo o responsável solidário por monitorar e defender o caso nos tribunais internacionais.
Análise Moon BH: O Alívio Necessário
A saída de Camilo é o típico negócio “ganha-ganha” de início de janela. O Grêmio se livra de um problema de gestão de elenco (jogador caro e sem espaço) e abre vaga para Luís Castro moldar o meio-campo à sua maneira.
A Chapecoense ganha um reforço com pedigree europeu a baixo custo inicial. Porém, o alerta fica ligado: enquanto a FIFA não der o veredito final sobre os US$ 750 mil, Camilo será um ativo de risco. Se a decisão for desfavorável no futuro, a conta (e a dor de cabeça) cairá no colo de quem detém os direitos — no caso, o Grêmio.