O Grêmio colocou um nome de peso na mesa do mercado da bola para 2026: Jefferson Savarino, atual titular do Botafogo. A estratégia do Tricolor, no entanto, foge do padrão de “compra direta”. Segundo apuração do jornalista César Cidade Dias (Rádio Gaúcha), a ideia em discussão nos bastidores é resolver pendências financeiras entre os clubes de forma alternativa, abatendo valores que o Botafogo deve ao Grêmio para viabilizar a chegada do venezuelano.
A “moeda de troca” gremista são os créditos referentes a duas negociações recentes: a venda de Nathan Fernandes e a transferência do lateral Cuiabano. A diretoria gaúcha enxerga na dívida alvinegra uma oportunidade de reforçar o elenco sem precisar abrir o caixa para uma nova compra milionária.
A Origem da Dívida do Botafogo com o Grêmio: Nathan Fernandes e Cuiabano
Para entender o poder de barganha do Grêmio, é preciso olhar para os números das transações passadas. O Botafogo tem compromissos financeiros robustos com o time do Sul:
- Nathan Fernandes: O atacante foi negociado em fevereiro de 2025 em uma operação que podia chegar a US$ 10 milhões (cerca de R$ 57,3 milhões na época) entre valor fixo e metas. Alberto Guerra já declarou publicamente que existem parcelas em aberto dessa compra.
- Cuiabano: O lateral foi vendido por R$ 8 milhões, mas o Grêmio manteve direito a 20% da mais-valia. Com a venda posterior dele ao Nottingham Forest, estima-se que o Tricolor tenha mais cerca de R$ 6 milhões a receber.
Somando parcelas atrasadas e direitos de revenda, o Grêmio tem um “crédito” relevante na praça, que agora tenta converter em reforço técnico.
O Alvo: Por que Savarino é Difícil?

Se a engenharia financeira faz sentido para o Grêmio, a liberação esportiva é o grande entrave para o Botafogo. Savarino não é um jogador descartável; pelo contrário, é um ativo protegido e valorizado.
- Contrato Longo: O meia renovou recentemente até junho de 2028.
- Investimento: O Botafogo pagou cerca de US$ 2,7 milhões para tirá-lo da MLS.
- Status: É titular, peça criativa e decisiva na bola parada.
Para aceitar o negócio, o Glorioso teria que admitir trocar um pilar do time por alívio no fluxo de caixa — uma decisão impopular, mas que pode ser tentadora diante de pressões financeiras de curto prazo.
O “Encontro de Contas” como Solução
Esse tipo de arranjo não é novidade no futebol brasileiro e já foi pauta entre as diretorias. O ge chegou a noticiar que Botafogo e Grêmio (junto com o Vitória) costuravam acordos para compensar dívidas cruzadas.
Agora, o Grêmio tenta elevar o sarrafo: em vez de apenas zerar o débito, quer usar o saldo para trazer um titular de um rival da Série A. Para que a conversa saia do campo da especulação e vire contrato, será necessário alinhar o valor real das pendências com a avaliação de mercado de Savarino — e, principalmente, convencer John Textor de que limpar o passivo vale a perda técnica.