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Grêmio fixa Pavón em R$ 44 milhões e decide sobre ida a Argentina

O Grêmio decidiu subir o tom nos bastidores do mercado da bola e estabeleceu uma condição rígida para negociar o atacante Cristian Pavón. Diante de sondagens recentes, a diretoria tricolor definiu que só aceita abrir conversas definitivas a partir de R$ 44 milhões (aproximadamente € 6,9 milhões na cotação atual).

A informação, divulgada pelo portal Bolavip, sinaliza que o clube não está disposto a facilitar a saída do argentino, tratando esse valor como um “piso” para qualquer negociação nesta janela.

A postura firme do Grêmio é uma resposta direta às tentativas de clubes estrangeiros, especialmente da Argentina, de levar o jogador “de graça” por empréstimo. Recentemente, uma abordagem nesse modelo — cessão temporária sem compensação financeira — foi prontamente rechaçada pela direção. O recado é claro: ou pagam o valor estipulado para uma compra, ou Pavón segue em Porto Alegre para cumprir seu contrato e ser peça importante em 2026.

Pedida do Grêmio x Realidade de Mercado

A exigência de R$ 44 milhões chama atenção pela discrepância com a avaliação externa. Sites especializados, como o Transfermarkt, avaliam o jogador em cerca de € 1,7 milhão. Ao pedir quase quatro vezes esse valor, o Grêmio adota uma estratégia de proteção: valoriza o atleta internamente e desencoraja propostas baixas.

Foto: Lucas Uebel/Grêmio

Apesar das críticas de parte da torcida, Pavón entregou números relevantes na temporada passada, sendo o principal garçom da equipe na Série A. Com contrato apenas até o fim de 2026, o clube sabe que esta é uma das últimas janelas para tentar uma venda lucrativa antes que o jogador possa assinar um pré-contrato, mas prefere correr o risco de mantê-lo a “dar” o jogador de graça para um rival sul-americano.

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O “piso” de R$ 44 milhões diz menos sobre a certeza de uma venda e mais sobre a vontade de não ser feito de bobo no mercado. O Grêmio sabe que dificilmente um clube argentino pagará essa quantia hoje. Ao fixar esse valor, a diretoria basicamente diz: “Pavón fica, a menos que alguém cometa uma loucura financeira”.

É uma aposta arriscada, mas compreensível. Emprestar um jogador caro e titular (ou peça frequente) sem receber nada em troca é prejuízo técnico e financeiro. O Grêmio prefere ter Pavón no elenco para 2026, mesmo que ele saia de graça no fim do ano, do que reforçar um adversário agora sem ver a cor do dinheiro. Se não houver leilão, o “piso” alto cumpre seu papel: manter o elenco fechado.

Marcos Amaral
Marcos Amaral
Jornalista formado pela Estácio de Sá, cobre futebol por paixão e profissão. Jogador amador, é especialista na cobertura do Flamengo, Palmeiras, Cruzeiro, Atlético, Grêmio e Corinthians. Há mais de anos acompanha de perto o futebol nacional.