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Grêmio: Róger Guedes “quebra o silêncio” sobre proposta de R$ 94 milhões

A “Novela Róger Guedes” ganhou seu capítulo mais importante nesta terça-feira (11), e a confirmação veio da boca do próprio jogador. Em entrevista à ESPN, o atacante quebrou o silêncio, confirmou que recebeu propostas oficiais do Grêmio e “deixou a porta aberta” para um futuro na Arena, animando a torcida tricolor.

Guedes revelou por que a negociação, que agitou os bastidores no meio do ano, não foi concretizada. Segundo ele, o Al-Rayyan, do Catar, “bateu o pé” e barrou a saída. O atacante ainda completou, dando um sinal claro à diretoria gremista: “Quem sabe um dia”, disse, indicando que a família veria com bons olhos um acerto com o Imortal.

O “Quase” Acerto: A Proposta de R$ 94 Milhões do Grêmio

A fala de Guedes confirma o que o ge já havia noticiado: a investida do Grêmio foi real e pesada. A proposta tricolor, estruturada com ajuda de investidores, era de € 10 milhões fixos (cerca de R$ 63 milhões) e poderia atingir € 15 milhões (R$ 94 milhões) através de bônus e metas.

A negativa do Al-Rayyan em julho, mesmo diante de uma oferta tão alta, mostra o tamanho do desafio para 2026.

O Obstáculo Gigantesco: O Salário “Fora da Realidade”

O “aviso” de Guedes anima, mas o sonho esbarra em uma muralha financeira: o salário. O contrato do jogador no Catar, válido até junho de 2027, é considerado “fora da realidade” para o futebol brasileiro.

  • Salário no Catar: Estimativas da imprensa (como a CNN) colocam os vencimentos de Róger Guedes na casa de R$ 4,5 a R$ 5 milhões por mês.

Para se ter uma ideia, o salário de Luis Suárez no Grêmio em 2023, considerado o maior esforço da história do clube e que exigiu uma complexa engenharia com parceiros, era de cerca de R$ 2 milhões. O pacote de Guedes é mais que o dobro.

Os 3 Obstáculos para o Grêmio Fechar em 2026

Foto: IMAGO/NurPhoto.

Para que o “quem sabe um dia” vire realidade na janela de janeiro (que abre dia 5/1), o Grêmio precisa superar três barreiras gigantescas:

  1. Convencer o Al-Rayyan: O clube do Catar já recusou € 15 milhões e tem contrato até 2027. O Tricolor terá que, no mínimo, repetir essa oferta.
  2. A Engenharia Salarial: Guedes teria que aceitar uma redução drástica de seu salário (para um teto de R$ 2 a R$ 2,5 milhões), e o Grêmio ainda precisaria de mecenas (como Celso Rigo) para bancar esse novo “super-salário”.
  3. O Projeto Esportivo: A nova gestão, que será definida nas eleições do clube, precisa abraçar a ideia e apresentar um projeto de longo prazo que seduza o jogador a abrir mão dos milhões árabes.

Análise: O “Sim” do Jogador é a Chave

Apesar da matemática assustadora, a notícia de hoje é a melhor que o Grêmio poderia receber. O “sim” (ou o “talvez”) de Róger Guedes é o primeiro e mais importante passo. Foi a vontade do jogador que viabilizou a vinda de Suárez.

Agora, a diretoria (e o candidato vencedor da eleição) sabe que tem o aval do atleta para tentar estruturar a operação. A chance hoje é considerada de média para baixa, mas a porta está aberta. Se o Grêmio conseguir reativar seus investidores e o Al-Rayyan decidir flexibilizar o preço, o “sonho” de R$ 94 milhões pode se tornar a maior contratação da história do clube em 2026.

Marcos Amaral
Marcos Amaral
Jornalista formado pela Estácio de Sá, cobre futebol por paixão e profissão. Jogador amador, é especialista na cobertura do Flamengo, Palmeiras, Cruzeiro, Atlético, Grêmio e Corinthians. Há mais de anos acompanha de perto o futebol nacional.