O Grêmio tem em mãos uma proposta oficial para negociar o atacante chileno Alexander Aravena, mas o negócio travou. O Tigres, do México, formalizou uma oferta de empréstimo de um ano com opção de compra ao final do período, cobrindo 100% dos salários do jogador. A diretoria tricolor, no entanto, “bateu o pé” e sinalizou que este modelo não agrada.
O clube gaúcho quer garantias financeiras e prefere uma venda em definitivo ou, no mínimo, um empréstimo com obrigação de compra.
O X da Questão: O Risco Financeiro para o Grêmio
A resistência do Grêmio em aceitar um simples empréstimo com opção é puramente estratégica e financeira. O clube investiu alto no jogador em 2024, pagando cerca de US$ 3,5 milhões (aproximadamente R$ 16 milhões na época) por 70% dos direitos econômicos do atacante, com um contrato longo até 2028.
A diretoria avalia o cenário da seguinte forma:
- Prós do Negócio (Visão do Tigres): O Grêmio teria um alívio imediato no caixa, deixando de pagar os salários de Aravena (estimados em R$ 290 mil/mês) e colocaria o jogador em uma vitrine internacional.
- Contras (A Posição do Grêmio): Este é o ponto crucial. Se o Grêmio aceitar um empréstimo com opção (e não obrigação), o risco é todo do Tricolor. Se Aravena não render bem no México, o Tigres simplesmente o devolverá ao final do período, e o jogador retornará a Porto Alegre “desvalorizado”, tornando a recuperação do investimento original de US$ 3,5 milhões ainda mais difícil.
O Que o Grêmio Quer? Recuperar o Investimento
A diretoria gremista deixou claro para o Tigres que o cenário ideal é uma venda em definitivo por um valor que cubra o investimento feito e ainda gere algum lucro.

O “Plano B” aceitável seria um empréstimo com obrigação de compra. Neste modelo, o clube mexicano seria obrigado a pagar o valor fixado (provavelmente acima dos US$ 3,5 milhões) ao final do período, desde que o jogador atingisse metas simples (como um número baixo de jogos). Isso garante a venda e o retorno financeiro ao Grêmio, eliminando o risco de “devolução”.
Análise: A Posição Firme (e Correta) da Diretoria
A postura do Grêmio é firme e financeiramente correta. O clube não está desesperado para “se livrar” de Aravena, que tem contrato longo. Aceitar um empréstimo com opção seria um negócio ruim, que apenas transfere o risco de desvalorização para o futuro.
A “batida de pé” da diretoria coloca a pressão de volta no Tigres. Se o clube mexicano realmente quer o atacante chileno, terá que melhorar a proposta e incluir a obrigação de compra que o Grêmio exige. Caso contrário, Mano Menezes segue com o jogador como uma peça de rotação importante para o calendário de 2026, e o clube preserva seu ativo. A era de “negócios de risco” parece ter ficado para trás na Arena.