A eleição para a presidência do Grêmio mal começou e um nome de impacto global já incendiou os bastidores: Karim Benzema. Segundo apurações do portal Bolavip Brasil, o craque francês seria o “sonho de consumo” do pré-candidato Paulo Caleffi para 2026, que já teria feito contatos com intermediários ligados ao jogador. No entanto, embora a promessa gere enorme repercussão, a realidade financeira torna a operação quase impossível.
O Obstáculo Insuperável: O Salário “Fora da Realidade”
O primeiro e maior entrave é o custo. Benzema, de 37 anos, tem contrato com o Al-Ittihad, da Arábia Saudita, até 30 de junho de 2026. Seu salário no país é estimado em € 50 milhões por ano, o que equivale a mais de R$ 250 milhões anuais (cerca de R$ 20 a 25 milhões por mês).
Para colocar o número em perspectiva, o pacote salarial de Luis Suárez em 2023, considerado o maior esforço financeiro da história recente do Grêmio (viabilizado com ajuda de parceiros), era de aproximadamente R$ 2 milhões mensais. O salário de Benzema é, literalmente, 10 a 12 vezes maior. É um patamar financeiro completamente fora da realidade não só do Tricolor, mas de todo o futebol sul-americano.
Os Únicos Caminhos (Quase) Viáveis ao Grêmio
Para a negociação ter qualquer chance mínima de prosperar, ela dependeria de uma combinação de fatores altamente improváveis:

- Chegada “Livre” em Julho de 2026: O único cenário sem taxa de transferência seria esperar o contrato na Arábia Saudita terminar (em 30/06/2026). Com isso, Benzema só poderia ser inscrito no Grêmio na segunda janela de transferências, a partir de 20 de julho de 2026.
- Corte Salarial Drástico: O jogador teria que aceitar uma redução salarial superior a 90% dos seus vencimentos atuais.
- Engenharia Financeira com Mecenas: Mesmo com um corte brutal, o salário ainda seria altíssimo. A operação exigiria um aporte financeiro pesado e direto de parceiros e mecenas, como Celso Rigo, em uma escala muito superior à operação de Suárez.
Análise: Promessa Eleitoral x Realidade Financeira
A menção a Karim Benzema funciona perfeitamente como uma promessa eleitoral: gera buzz, empolga a torcida e eleva o nome do candidato. Na prática, porém, o negócio é, hoje, inviável. A diferença entre o que o Grêmio pode pagar e o que Benzema recebe é abissal.
A estratégia de Caleffi pode ser a de criar um “fato novo” para a eleição, mas o torcedor gremista, que já viu a complexidade da “engenharia Suárez”, entende que o “sonho Benzema” exigiria um milagre financeiro. Sem um aporte externo transparente e um corte salarial sem precedentes, o tema tende a ficar na prateleira das grandes promessas de campanha que servem para gerar debate, mas que raramente se convertem em realidade no gramado da Arena.