O Grêmio colocou um preço no seu motor do meio-campo, e ele é alto. A diretoria tricolor definiu que só abre negociação pelo volante paraguaio Mathías Villasanti por valores que partem de € 12 milhões e podem chegar a € 17 milhões. A cifra, bem acima dos € 6 milhões de sua avaliação no Transfermarkt, é um recado claro ao mercado, sustentado por um contrato recém-renovado até 2029 e pelo status de capitão e pilar da equipe.
A análise do cenário revela um dilema clássico: capitalizar sobre o pico de valorização de um ativo crucial ou manter a espinha dorsal do time intacta para os próximos desafios?
A Análise do Preço: Por Que Tão Acima do ‘TM’?
A discrepância entre o valor do Transfermarkt (€ 6 mi) and a pedida do Grêmio (€ 12-17 mi) não é um erro; é estratégia pura. O clube gaúcho não está vendendo apenas um volante; está vendendo:
- Liderança e Regularidade: Villasanti é o capitão e o jogador mais regular do time, o “motor” que dita o ritmo e a intensidade.
- Segurança Contratual: Com contrato blindado até dezembro de 2029, o Grêmio não tem NENHUMA pressa ou necessidade de vender. O poder está 100% na mão do clube.
- Custo de Reposição: Encontrar um jogador com as mesmas características, liderança e adaptação custaria caro no mercado.
A pedida alta, portanto, reflete o valor esportivo e estratégico do jogador para o Grêmio, e não apenas uma fria avaliação de mercado. Em reais, o valor pode chegar aos R$ 107 milhões.
Vender Agora vs. Segurar: Os Prós e Contras na Mesa

A diretoria gremista precisa pesar os dois lados da moeda:
- Vender Já (Janela de Jan/Jul 2026):
- Prós: Garante uma entrada de caixa robusta (€ 11-16 milhões líquidos), aproveitando o pico de valorização do jogador (28 anos) e a liquidez do mercado europeu.
- Contras: Perde o coração do time, exigindo um investimento alto (e arriscado) em reposição.
- Segurar (Até Fim de 2026 ou Mais):
- Prós: Mantém a competitividade do elenco e aposta em uma valorização ainda maior com títulos ou destaque na seleção.
- Contras: Risco de lesão, queda de rendimento ou “esfriamento” do mercado, além de o jogador se aproximar dos 30 anos.
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A Engenharia Financeira: A Opção do ‘Sell-On’ do Grêmio
Uma alternativa inteligente, caso a proposta não atinja o teto desejado, é negociar um valor fixo um pouco menor, mas garantir um percentual alto em uma futura revenda (sell-on). Por exemplo, vender por € 12-14 milhões agora, mas reter 30-50% do valor bruto de uma próxima transferência. Isso protege o caixa imediato do comprador e preserva um ganho futuro para o Grêmio.
O que eu acho
A estratégia do Grêmio de fincar o pé em um valor alto é correta. Com o contrato longo e a importância do jogador, o clube dita as regras. Se uma proposta na casa dos € 15 milhões ou mais chegar na próxima janela, a venda é financeiramente defensável.
Abaixo disso, a melhor jogada parece ser segurar o jogador ou, no máximo, aceitar um valor fixo ligeiramente menor (na faixa de € 12-14 mi) em troca de um percentual de revenda agressivo (30% ou mais). É o equilíbrio entre fazer caixa e não abrir mão do potencial de um dos seus maiores ativos.