A divulgação do calendário da CBF para 2026 ligou um sinal de alerta e, ao mesmo tempo, de oportunidade nos bastidores do Grêmio. O novo cronograma, que antecipa o início do Brasileirão para janeiro e comprime ainda mais a temporada, apresenta um cenário de “faca de dois gumes” para o Tricolor.
Se por um lado a maratona de jogos pode expor as fragilidades de um elenco em reformulação, por outro, ela pode ser a chance de ouro para o técnico Mano Menezes consolidar um trabalho e se impor pela força do grupo.
O lado ruim: o risco do desgaste e de um elenco curto
O principal risco do novo calendário para o Grêmio é o desgaste. A temporada começará em ritmo alucinante, com o Gauchão e o Brasileirão acontecendo ao mesmo tempo já em janeiro. Para um time que ainda busca sua melhor formação e que conta com jogadores importantes em fase de readaptação, como Arthur Melo, a falta de uma pré-temporada mais longa pode ser fatal.
O “inchaço” de competições a partir de fevereiro, com a entrada da Copa do Brasil e de um eventual torneio continental, testará a profundidade do elenco. Se o clube não conseguir contratar peças de reposição à altura para todos os setores, corre o sério risco de “perder o fôlego” no segundo semestre, sacrificando uma competição em detrimento de outra.
+ Grêmio vai comprar jogador do Cruzeiro em cláusula de R$ 22 milhões
O lado bom: a chance da afirmação pela regularidade
Por outro lado, o calendário longo e ininterrupto também pode ser um grande trunfo para o Grêmio. A sequência de jogos a cada três ou quatro dias é o ambiente ideal para um técnico experiente como Mano Menezes dar entrosamento e ritmo a uma equipe. O modelo de “treinar jogando” pode acelerar a consolidação de um time titular e de um padrão de jogo.
Além disso, a maratona de jogos valoriza elencos equilibrados. Se a diretoria conseguir montar um grupo com boas opções no banco de reservas, o Grêmio pode levar vantagem sobre adversários que dependem de apenas 11 titulares, usando a rotação de jogadores como uma arma estratégica para chegar mais inteiro na reta final das competições.
O desafio do planejamento no Grêmio
O calendário de 2026 será o teste definitivo para o planejamento da diretoria do Grêmio. O sucesso ou o fracasso na temporada dependerá menos de “onze estrelas” e mais de um elenco de 18 a 20 jogadores de bom nível.
A capacidade do clube de ir ao mercado e contratar reforços “certeiros”, que agreguem qualidade e versatilidade ao grupo, será o fator decisivo. Se a diretoria fizer o dever de casa na janela de transferências, o calendário, que hoje parece um vilão, pode se transformar no grande aliado do Tricolor para uma temporada de sucesso e, quem sabe, de grandes títulos.