O telefone tocou com urgência na Arena do Grêmio nesta sexta-feira (12). O Tigres, do México, enviou uma proposta oficial para contratar o atacante chileno Alexander Aravena. Com a janela de transferências da Liga MX se fechando hoje, a diretoria tricolor tem poucas horas para “bater o martelo” e decidir o futuro do jogador de 23 anos. O formato do negócio, no entanto, não é o preferido do clube e cria um grande dilema para a gestão.
O que está na mesa
A proposta do Tigres é de um empréstimo de uma temporada, com o clube mexicano se comprometendo a pagar 100% dos salários do jogador, que giram em torno de R$ 300 mil mensais. O acordo prevê uma opção de compra ao final do vínculo, mas sem a obrigatoriedade.
Este é o principal ponto de discórdia: a diretoria do Grêmio preferia uma venda em definitivo para recuperar o investimento de US$ 3,5 milhões (cerca de R$ 19,5 milhões) feito em 2024, ou, no mínimo, um empréstimo com obrigação de compra para garantir a entrada do dinheiro no futuro.
O dilema: alívio imediato vs. risco futuro
A decisão é uma corrida contra o relógio. Aceitar a proposta significa um alívio imediato na folha salarial de um jogador que, apesar do potencial, ainda não se firmou como titular absoluto no time de Renato Portaluppi. Aravena, que é figura constante na seleção chilena, soma 44 jogos, 6 gols e 3 assistências pelo clube — números que sustentam o interesse do mercado, mas não garantem protagonismo.
Recusar a oferta significa manter o ativo no elenco, mas também arcar com seus custos e com um jogador que pode se desvalorizar caso não ganhe mais minutos. O grande risco de aceitar é que, ao final do empréstimo, o Tigres pode simplesmente não exercer a opção de compra, e o Grêmio teria apenas “economizado” os salários, sem o retorno do investimento.
Análise: uma decisão estratégica sob pressão
Como bem analisou um colunista, a operação, nos moldes atuais, é uma “aposta assimétrica” para o Grêmio. Com a janela mexicana prestes a fechar, o poder de barganha para exigir uma obrigação de compra é quase nulo.
A diretoria tricolor precisa decidir em horas se o alívio financeiro imediato de mais de R$ 3,6 milhões anuais na folha de pagamento compensa a incerteza de uma venda futura. A tendência é que o clube tente incluir uma taxa de empréstimo para minimizar o risco, mas, sob a pressão do relógio, pode acabar cedendo ao modelo proposto pelos mexicanos.

