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Grêmio tem proposta de R$ 95 milhões por joia de 17 anos; Mano é contra

Uma proposta de quase R$ 100 milhões por uma joia de 17 anos balançou os bastidores da Arena do Grêmio. O Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, formalizou uma oferta de €15 milhões (cerca de R$ 95 milhões) para contratar o meia-atacante Gabriel Mec. No entanto, a negociação, mesmo com cifras estratosféricas, esbarra em uma muralha intransponível no momento: as regras da FIFA para transferências de menores de idade.

A investida do clube ucraniano, noticiada pela ESPN, coloca o Grêmio em uma posição de força, mas também diante de uma complexa engenharia jurídica e de mercado. Apesar do grande ganho financeiro, Mano Menezes é contra a venda por entender que o jogador pode se tornar um dos grandes nomes do clube.

A Muralha da FIFA: A Regra dos 18 Anos

O grande obstáculo para o negócio é o artigo 19 do Regulamento da FIFA, que proíbe transferências internacionais de jogadores com menos de 18 anos. Gabriel Mec só completará 18 anos em 11 de abril de 2026.

Isso significa que, mesmo que o Grêmio aceite a proposta, o jogador não pode se mudar para a Ucrânia e ser registrado pelo Shakhtar agora. Qualquer acordo assinado em 2025 teria que ser um pré-contrato, com a transferência sendo efetivada apenas em uma janela futura, após seu aniversário. Essa regra dá ao Grêmio total tranquilidade para negociar, sem a pressão do relógio da janela ucraniana, que fecha hoje (5).

Por que o Shakhtar? A “Fábrica” de Brasileiros

O interesse do Shakhtar em Mec não é um acaso. O clube ucraniano tem um longo e bem-sucedido histórico de garimpar jovens talentos no Brasil e transformá-los em estrelas na Europa.

Nomes como Fernandinho, Willian e Douglas Costa seguiram essa mesma trilha. Ao mirar em um jovem de 17 anos com uma proposta tão alta, o clube aposta em repetir a fórmula, capturando o talento cedo para lapidá-lo e revendê-lo por um valor ainda maior no futuro.

O Jogo de Paciência do Grêmio

A proposta do Shakhtar é tentadora, mas o calendário jurídico joga totalmente a favor do Grêmio. Sem a possibilidade de uma saída imediata e protegido por uma multa de €50 milhões, o clube não está encurralado. A diretoria pode negociar com calma, sem a pressão do “deadline”.

O cenário mais lógico, caso o negócio avance, é a assinatura de um pré-acordo que garanta a venda futura por um valor fixo, mas que mantenha o jogador em Porto Alegre até, pelo menos, meados de 2026. Isso garantiria um ganho financeiro espetacular ao mesmo tempo em que preservaria o ativo esportivo por mais uma temporada. O recado ao mercado é claro: Gabriel Mec tem preço de joia, não de oportunidade.

Marcos Amaral
Marcos Amaral
Jornalista formado pela Estácio de Sá, cobre futebol por paixão e profissão. Jogador amador, é especialista na cobertura do Flamengo, Palmeiras, Cruzeiro, Atlético, Grêmio e Corinthians. Há mais de anos acompanha de perto o futebol nacional.