A novela chegou ao fim, e o desfecho foi de frustração para todos os lados, menos para o Catar. O atacante Roger Guedes, que manteve por semanas a expectativa de retornar ao futebol brasileiro para defender o Grêmio, viu o sonho ser barrado pela postura irredutível do Al-Rayyan. O sentimento do jogador, segundo fontes próximas, é de grande desapontamento.
Durante mais de duas semanas, as tratativas avançaram de forma consistente. O Grêmio, o estafe do atleta e o investidor Marcelo Marques alinharam todos os detalhes de uma proposta robusta, que incluía o pagamento integral de € 10 milhões (cerca de R$ 59 milhões) ao clube do Catar. Um acerto verbal com o jogador já estava encaminhado, e tudo indicava um final feliz.
O Muro do Al-Rayyan
No entanto, a história mudou drasticamente na terça-feira (13). O Al-Rayyan, detentor dos direitos do atacante, simplesmente não demonstrou interesse em se desfazer de seu principal jogador, travando qualquer avanço. A decisão foi confirmada na nota oficial divulgada pelo investidor Marcelo Marques.
“Infelizmente não houve evolução junto ao Al-Rayyan, que não demonstra interesse em se desfazer do jogador no momento. Entendo que o Grêmio não pode aguardar mais”, afirmou Marques, oficializando a desistência tricolor.
Um Duplo Balde de Água Fria
A frustração é compartilhada. Para o Grêmio, representa a perda de um reforço de impacto em um momento delicado, em que o time luta para se afastar da zona de rebaixamento.
Para Roger Guedes, de 27 anos, a negativa representa o adiamento de um retorno estratégico ao país. Ele ficou extremamente chateado e tinha como plano pessoal aceitar a proposta e voltar ao Brasil. Apesar do alto rendimento no Catar, com 54 gols em 65 jogos, o atacante tinha o desejo claro de voltar a atuar em uma liga mais competitiva e visada.
O Poder dos Contratos
O episódio serve como um lembrete da força dos contratos no futebol moderno. Mesmo com a vontade do jogador, a força financeira de um investidor e o desejo de um clube gigante como o Grêmio, a decisão final ainda pertence ao clube detentor dos direitos.
A frustração de Guedes ilustra a complexa teia de interesses do mercado da bola, onde nem sempre o desejo do atleta é soberano.