O Flamengo recebeu com tranquilidade a notícia do interesse do River Plate no volante Erick Pulgar para 2026. Segundo a imprensa argentina e brasileira, o clube de Buenos Aires monitora o chileno e o vê como um alvo estratégico. No entanto, uma “canetada” recente do diretor José Boto tornou a saída do jogador improvável no curto prazo e protegeu o Rubro-Negro de forma exemplar.
O “Muro” Contratual: A Renovação Estratégica
O que trava qualquer investida imediata do River Plate é o novo contrato de Pulgar. Em março de 2025, o Flamengo renovou o vínculo do volante até 31 de dezembro de 2027. Mas o “pulo do gato” está em uma cláusula específica, revelada pelo ge:
A nova multa rescisória, estipulada em US$ 6 milhões (cerca de R$ 32 milhões), só passa a valer a partir do meio de 2026.
Isso significa que, para a próxima janela de janeiro, não existe uma multa ativável. Qualquer clube que queira tirar Pulgar do Flamengo agora (incluindo o River) não pode simplesmente depositar um valor. Teria que entrar em uma negociação “livre” com a diretoria rubro-negra, que, obviamente, não tem o menor interesse em vender um de seus pilares técnicos na reta final da temporada e início da próxima.
Por que o Flamengo Não Quer Vender Agora?
A recusa em negociar Pulgar é baseada em dois fatores óbvios:
Importância Tática: O chileno é o “relógio” do time de Filipe Luís. É o volante posicional, o pilar defensivo que dá sustentação ao meio-campo e libera os craques (De La Cruz e Arrascaeta) para atacar. Perdê-lo agora quebraria a espinha dorsal da equipe.
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Custo-Benefício: Com um salário estimado em cerca de R$ 1,1 milhão mensais (valor de mercado, não oficial), Pulgar é considerado um ativo de excelente custo-benefício para o nível de futebol que entrega.
O Jogo de Paciência do River Plate por Pulgar
O interesse do River Plate é real, mas o timing é tudo. A sondagem atual é um movimento de antecipação. Os argentinos sabem que não podem tirá-lo agora por um valor baixo e, provavelmente, preparam o terreno para atacar na janela do meio de 2026, quando a cláusula de US$ 6 milhões estiver “ligada”.
Para o Flamengo, a estratégia de José Boto foi perfeita. A renovação até 2027, com uma cláusula que só ativa no futuro, dá ao clube total controle da situação. O clube impede uma saída barata e indesejada em janeiro e, ao mesmo tempo, já define um “preço de etiqueta” (US$ 6 milhões) para uma negociação futura, caso ela seja do interesse de todas as partes.
Até lá, a Nação Rubro-Negra pode ficar tranquila: o “xerife” da volância segue no Ninho do Urubu, focado na reta final do Brasileirão e na final da Libertadores, e o River Plate terá que esperar (e preparar o cheque).