Quanto vale Pedro? E se o Flamengo vendesse seu camisa 9 hoje, teria lucro ou prejuízo? Em meio a propostas milionárias recusadas, a conta real da operação mostra que o clube precisa de uma oferta bem acima do que foi visto recentemente para considerar o negócio vantajoso.
Propostas na casa de R$ 120 milhões, por exemplo, mal cobririam o investimento total feito pelo clube no atacante.
A Conta Real: Quanto Pedro Custou ao Flamengo?
Para entender qualquer cenário de venda, o primeiro passo é saber o custo total do jogador para os cofres do Mengão. A conta não se resume apenas ao valor da compra:
- Taxa de Empréstimo (2020): € 2 milhões
- Compra Definitiva (à Fiorentina): € 14 milhões
- Custo Total da Operação: € 16 milhões
É crucial entender que a taxa de empréstimo não foi abatida do valor final, somando-se ao investimento. Portanto, qualquer cálculo de lucro deve partir da base de € 16 milhões, que na cotação da época representou um desembolso de mais de R$ 100 milhões.
Lucro ou Prejuízo? Os Cenários na Mesa
Com o custo total em mente, podemos analisar as propostas que chegaram ao clube em setembro.
- Cenário da Oferta Recusada (US$ 20 milhões, cerca de € 16,9 milhões): Esta foi a proposta do Al-Rayyan, do Catar. Após descontar a taxa de solidariedade da FIFA (até 5%), o valor líquido que entraria no caixa do Flamengo seria de cerca de € 16,06 milhões. Comparado ao custo total de € 16 milhões, o resultado é praticamente um empate, com um lucro simbólico. Vender o artilheiro do time para ficar no “zero a zero” financeiro não faz sentido.
- Cenário de Venda Realista (a partir de € 20 milhões): Se uma proposta chegasse a € 20 milhões (cerca de R$ 126 milhões), o cenário mudaria. O valor líquido para o Flamengo seria de € 19 milhões. Isso geraria um lucro real de € 3 milhões (cerca de R$ 19 milhões) sobre o investimento total. É a partir dessa faixa de valor que uma conversa poderia, de fato, começar.
‘Só Sai pela Multa’: A Estratégia Rubro-Negra
A postura pública da diretoria do Flamengo é firme: Pedro só sai pelo valor da multa rescisória, estipulada em € 60 milhões para o exterior. Embora esse valor seja uma blindagem jurídica e não um preço de mercado, ele reflete a importância esportiva do atacante.
Com contrato até 2027 e sendo peça fundamental na busca por títulos, a decisão de não vender por valores que representem apenas o “empate” financeiro é coerente. O clube prioriza o retorno em campo, e qualquer negociação futura terá que compensar, e muito, a perda técnica.