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Flamengo abre o jogo sobre Gerson e revela por que clube facilitou a venda

O diretor de futebol do Flamengo, José Boto, finalmente explicou, com todos os detalhes, os bastidores que levaram à venda do volante Gerson para o Zenit, da Rússia, em julho. Em uma entrevista reveladora, o dirigente admitiu que o jogador “aspirava mais salário”, mesmo após ter renovado o contrato.

Diante deste cenário e do forte assédio do mercado, a diretoria tomou uma decisão estratégica: reduziu a multa rescisória do atleta para um patamar “pagável à vista”, o que acelerou e garantiu uma venda milionária e sem desgastes.

A insatisfação salarial e a multa reduzida

A “novela” começou na renovação de contrato de Gerson, em abril de 2025. Segundo Boto, o jogador e seu staff desejavam uma valorização salarial que o clube, naquele momento, não podia alcançar.

Como contrapartida, a diretoria propôs uma solução estratégica: a multa rescisória do volante foi drasticamente reduzida, de um valor impagável para € 25 milhões. A condição, no entanto, era de que qualquer clube interessado teria que depositar o valor integralmente, à vista.

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A estratégia: ‘travar no caixa’

A decisão de baixar a multa foi uma forma de proteger os interesses do Flamengo. A diretoria sabia que a proposta do Zenit era iminente e que o salário oferecido pelos russos (que triplicava os vencimentos de Gerson) era irrecusável para o atleta.

Em vez de iniciar uma longa e desgastante novela de negociação com pagamentos parcelados, o clube optou por uma solução rápida. A multa mais baixa, porém pagável à vista, garantiu que o dinheiro entrasse nos cofres de forma imediata e sem riscos.

Nossa análise

A decisão de José Boto e da diretoria do Flamengo foi dura, mas de uma lógica financeira impecável. A gestão entendeu o framework do negócio: se não é possível bancar a pedida salarial de um capitão insatisfeito, a melhor solução é garantir o dinheiro no caixa. A saída de Gerson doeu do ponto de vista esportivo, pois ele é um jogador de identidade e de jogos grandes.

No entanto, o racional financeiro foi consistente, evitando o risco de um longo parcelamento e eliminando um foco de ruído no elenco. A lição que fica para o clube é a necessidade de calibrar a valorização de seus líderes técnicos com os riscos do mercado de forma mais antecipada, pois um atraso nesse ajuste costuma sair caro.

Fhilipe Pelájjio
Fhilipe Pelájjiohttps://moonbh.com.br/fhilipe-pelajjio/
Publicitário, jornalista e pós-graduado em marketing, é editor do Moon BH e do Jornal Aqui de BH e Brasília. Já foi editor do Bhaz, tem passagem pela Itatiaia e parcerias com R7, Correio Braziliense e Estado de Minas. Especialista na cobertura de futebol, com foco em Atlético, Cruzeiro, Palmeiras e Flamengo há mais de 10 anos.