Em mais um capítulo da disputa secular entre espanhóis e catalães, o Real Madrid avança nos bastidores para assegurar a prioridade sobre Ryan Roberto, jovem de 17 anos que brilha nas categorias do Flamengo. A estratégia? Repetir o roteiro Endrick: amarrar o acordo agora e aguardar a maioridade do craque em 2026. Mas o Barça não ficou para trás.
Quem É Ryan Roberto: O Fenômeno por Trás dos Números
Ryan Roberto não é apenas mais um nome no radar europeu. Com 21 gols em 39 jogos nas categorias de base do Flamengo em 2025, o extremo de 17 anos chama atenção pela versatilidade: atua principalmente pela esquerda, mas não hesita em cortar para o centro ou migrar para a direita. Sua técnica apurada, velocidade explosiva e capacidade decisiva (20 gols e 14 assistências em 33 jogos pelo Sub-17) renderam comparações cautelosas a lendas brasileiras que já vestiram a camisa do Real Madrid.
Treinado por Filipe Luís no profissional, Ryan ainda aguarda a estreia, mas já é tratado como peça-chave para o futuro rubro-negro. Seu perfil combina com o DNA madridista: talento bruto, potencial comercial e projeção global.
O Valor da Joia: €50 Mi e um Xadrez Contratual
O Flamengo aprendeu com negociações passadas. Em março de 2024, assinou o primeiro contrato profissional de Ryan com cláusula de €50 milhões para o exterior – cerca de R$ 271 milhões na época. O vínculo vai até 2027, mas o clube já estuda estendê-lo e aumentar a cláusula.
A situação jurídica é complexa:
- Flamengo detém 50% dos direitos económicos;
- Athletico-PR possui os outros 50%;
- Opção de compra de 20% adicional por €1,5 milhões (não exercida ainda).
Qualquer negociação exigirá acordo com ambas as partes, e o Flamengo já demonstrou pulso firme ao rejeitar uma investida do Athletico-PR em junho de 2025.
O Timing da Negociação: Por Que 2026 é a Chave
Pelas regras da FIFA, transferências internacionais de menores de 18 anos são proibidas, salvo exceções específicas (como mudança familiar para o país de destino). Ryan completa 18 anos em 5 de março de 2026 – data que libera formalmente sua transferência.
O Real Madrid segue o manual Endrick:
- Acordo prévio com o clube e o jogador;
- Pagamento escalonado;
- Transferência efetiva apenas após a maioridade.
Isso permite ao Flamengo planejar a transição: promover Ryan ao profissional em 2026, valorizá-lo em campo e, só então, negociá-lo no ápice.
A Disputa com o Barcelona: Uma Guerra Ibérica
O Barça entrou na briga. Segundo o Mundo Deportivo, catalães já contactaram o Flamengo para sondar condições . O Ajax também monitora o jogador, mas a verdadeira batalha é entre Madrid e Barcelona – uma rivalidade que define o mercado de joias brasileiras há décadas.
Para o Real Madrid, a estratégia é clara:
- Vantagem financeira: Dívidas recentes do Barça dificultam investimentos avulsos;
- Atração de ídolos: Vini Jr., Rodrygo e Endrick são exemplos de brasileiros que escolheram o Bernabéu;
- Selo Florentino Pérez: O presidente madridista personifica a obsessão por talentos globais.
A Estratégia do Flamengo: Proteger e Valorizar
O Flamengo não está pressionado para vender. Com um elenco campeão e finanças sólidas, a prioridade é integrar Ryan ao profissional em 2026. Filipe Luís já o treina com o grupo principal, e a diretoria projeta:
- Estreia gradual no Brasileirão 2026;
- Possível venda no meio ou final da temporada;
- Leilão entre europeus para maximizar o retorno financeiro.
A nota 9 do Flamengo na janela de transferências de 2025 reflete essa maturidade: reter talentos enquanto negocia de igual para igual com gigantes.
Conclusão: O Jogo Ainda Não Começou, mas o Tabuleiro Está Montado
A movimentação do Real Madrid por Ryan Roberto é típica de Florentino Pérez: silenciosa, estratégica e de longo prazo. O presidente que trouxe Figo, Zidane e CR7 para o Bernabéu agora mira o próximo brasileiro capaz de definir uma era.
Mas o Flamengo detém as cartas:
- Contrato blindado até 2027;
- Cláusula de €50 milhões;
- Plano de valorização em curso.
Enquanto isso, Ryan Roberto treina no Ninho do Urubu, inconsciente de que seu nome já é moeda de troca em mesas de presidentes. A guerra pelo seu passe só começou – e promete acirrar ainda mais a rivalidade entre Madrid e Barcelona.
