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Flamengo, Palmeiras, Cruzeiro e Corinthians impactados por decisão da Globo

Por que a Globo decidiu, de uma vez por todas, apostar pesado no futebol feminino? A resposta, como quase sempre no mundo da TV, está nos números. E os números da final da última Copa América Feminina foram tão impressionantes que acenderam um “sinal verde” na diretoria da emissora: investir na modalidade não é mais apenas uma questão de representatividade, é um excelente negócio.

A final do torneio, disputada entre Brasil e Colômbia, alcançou uma média de audiência de 18,1 pontos no Painel Nacional de Televisão, sendo assistida por mais de 33 milhões de pessoas. O resultado colocou a partida no Top 10 dos programas mais vistos da semana na Globo, um feito raro para o esporte feminino.

Flamengo, Palmeiras, Cruzeiro e Corinthians de olho

Esse resultado na televisão aberta abre os olhos e é uma ótima notícia para alguns dos principais clubes do Brasil, incluindo os gigantes Flamengo, Palmeiras, Cruzeiro e o Corinthians.

Eles são times com elencos femininos fortes e com mais atenção do principal canal do país, eles têm muito a ganhar. É que quanto mais gente assistindo ao futebol feminino, maior são as chances dos clubes conseguirem mais patrocínios.

Se um dia os campeonatos chegarem a conseguir transmissão na TV aberta, isso poderia significar aumentar as cotas de TV e também as de patrocinadores nas camisas.

O “Sinal Verde” da Diretoria

O engajamento massivo do público foi o catalisador para uma mudança de estratégia. Em declaração, Vivian Costa, gerente do Grupo Globo, foi direta ao ponto: “33 milhões de pessoas é muita gente engajada, é uma plataforma de audiência muito forte. Para a gente, é um excelente negócio”.

Com base nisso, a emissora já planeja ampliar drasticamente a cobertura, com a promessa de manter mais jogos na TV aberta, além de fortalecer a exibição do Brasileirão, da Copa do Brasil e da Supercopa Feminina.

A Conquista do Fã Digital

O movimento da Globo não se restringe à TV. Para engajar o público online, onde a modalidade ferve, a empresa lançou o Cartola Feminino, uma versão do popular fantasy game agora dedicada às estrelas do futebol feminino. A iniciativa busca criar uma comunidade fiel e interativa.

Essa aposta digital é reforçada por dados do Google: nos últimos cinco anos, a busca pelo termo “Copa América Feminina” cresceu mais de 1.400%, mostrando um público sedento por conteúdo, que não estava sendo totalmente atendido pela mídia tradicional.

Um Ponto de Virada Sem Volta

O salto de audiência na final da Copa América não foi um evento isolado — foi um ponto de virada. A estratégia da Globo reflete não apenas uma resposta inteligente à demanda do público, mas uma visão de longo prazo: transformar o esporte em uma plataforma plural, conectiva e, acima de tudo, sustentável.

Ao abraçar o futebol feminino como um produto de alto valor, a emissora não apenas lucra, mas também redefine os rumos da cobertura esportiva no Brasil, provando que lugar de mulher é, também, no topo da audiência.

Marcos Amaral
Marcos Amaral
Jornalista formado pela Estácio de Sá, cobre futebol por paixão e profissão. Jogador amador, é especialista na cobertura do Flamengo, Palmeiras, Cruzeiro, Atlético, Grêmio e Corinthians. Há mais de anos acompanha de perto o futebol nacional.