O Botafogo pode estar próximo de se despedir de uma de suas contratações mais caras da temporada 2025. O clube negocia a venda do atacante Artur para o futebol do Catar ainda nesta janela de transferências. A informação, trazida inicialmente pelo repórter Marcelo Braga (ge), aponta que a motivação principal da negociação não é técnica, mas sim financeira: a operação está sendo desenhada para quitar valores pendentes que a SAF teria com o próprio jogador.
A estratégia é pragmática: usar a transferência como ferramenta para “zerar” a conta com o atleta, evitando que a pendência se transforme em um problema maior no futuro.
O Botafogo, que vive um momento de pressão por compromissos financeiros (como a dívida com o Atlanta United por Thiago Almada), enxerga no mercado árabe a liquidez necessária para resolver essa questão de fluxo de caixa sem precisar alongar parcelamentos ou recorrer a novos empréstimos.
Raio-X: Um Investimento Pesado do Botafogo
Vender Artur não é uma decisão simples do ponto de vista contábil, já que ele “nasceu caro” para o clube. O Botafogo precisará fazer uma engenharia financeira cuidadosa para não sair no prejuízo.
- Custo de Compra: Botafogo pagou € 10 milhões (aprox. R$ 62 milhões na época) por 80% dos direitos.
- Contrato Atual: Válido até dezembro de 2029.
- Idade: 27 anos.
- O “Pedágio”: O Zenit (Rússia) manteve 20% de uma futura revenda, o que significa que o Botafogo terá que dividir o dinheiro que entrar.
- Valor de Mercado: € 7 milhões (Transfermarkt).
O Catar como solução de emergência para Artur

O nome do clube catariano ainda não foi revelado, mas o perfil do mercado local encaixa na necessidade do Glorioso. Times do Catar costumam ter capacidade de pagamento à vista e oferecem salários que seduzem os atletas, facilitando o acordo.
Para o Botafogo, a venda funcionaria como um “acerto de contas”: o valor da transferência cobriria a dívida com Artur e, idealmente, recuperaria parte do investimento feito junto ao Zenit. No entanto, a matemática é apertada. Vender um ativo que custou € 10 milhões por um valor muito abaixo disso — e ainda repassar 20% aos russos — pode significar resolver um problema de dívida criando um prejuízo no balanço.
Análise Moon BH: Venda de Gestão, não de Futebol
Se confirmada, a saída de Artur será uma típica “venda de gestão”. O Botafogo parece estar priorizando a saúde financeira e a eliminação de passivos imediatos em detrimento do ganho técnico. Artur é um jogador de desequilíbrio, titular em muitos momentos, e sua saída enfraquece o elenco de Artur Jorge.
O risco dessa operação é duplo. Primeiro, o financeiro: vender na pressa raramente gera lucro, especialmente com o “sócio” (Zenit) mordendo 20%. Segundo, o esportivo: perder um ponta desse nível obriga o clube a ir ao mercado buscar reposição. Se o Botafogo estiver com o caixa travado ou sofrer transferban (pelo caso Almada), pode ficar sem o jogador e sem o substituto. É um movimento defensivo inteligente para limpar o nome, mas perigoso para quem quer títulos.