A novela sobre o comando técnico do Botafogo para 2026 está próxima do fim. Segundo apuração do jornalista Octávio Bocão (Band), a diretoria alvinegra já bateu o martelo e decidiu trabalhar com a permanência de Davide Ancelotti no cargo para a próxima temporada. No entanto, a continuidade tem uma condição clara e inegociável: o clube exige que o treinador garanta a vaga na Copa Libertadores 2026.
O cenário é favorável ao técnico: o Botafogo é o 6º colocado no Brasileirão, com a classificação para a fase preliminar virtualmente assegurada, e tem mais de 90% de chances de disputar o torneio continental.
O Cheque em Branco Acabou: Libertadores como “Régua”
O Botafogo, que vinha de um ciclo vitorioso (Brasileirão e Libertadores em 2024), teve em 2025 uma campanha de transição sob Ancelotti, com 52% de aproveitamento. Não foi um ano de briga por taças, mas foi suficiente para manter o time na zona de classificação continental.
A diretoria, porém, traçou uma linha de corte objetiva para 2026:
- Fica: Se o Botafogo confirmar a vaga na Libertadores (G-6 ou G-8, dependendo das vagas).
- Risco de Saída: Só uma “zebra” gigantesca nas rodadas finais, que tire o clube do G-8, poderia reabrir a discussão e colocar o cargo de Ancelotti em xeque.
A Favor da Continuidade no Botafogo: Menos Rotatividade, Mais Projeto
A decisão de manter Ancelotti revela uma maturidade da SAF. A diretoria busca, finalmente, quebrar um dos vícios da gestão Textor: a rotação incessante de técnicos. O italiano, em apenas quatro meses, já se tornou o terceiro treinador mais longevo da era SAF.

Pesam a favor de Davide:
- Contexto de Herdeiro: Ele assumiu um elenco em transição após um ano de glória (2024) e teve que gerir desfalques e queda de performance natural.
- Comprometimento: Segue com o aval do pai (Carlo Ancelotti) e da CBF para conciliar o Botafogo com a Seleção, o que reforça o projeto de ter um técnico “globalizado”.
- Ambiente: Não há notícias de crise interna ou racha com o vestiário.
Análise: A Vitória do Bom Senso sobre a Desconfiança
Apesar da desconfiança de parte da torcida (que cobra um futebol mais empolgante), a permanência de Davide Ancelotti é uma vitória do bom senso e da continuidade. A SAF evita uma nova troca de comando às vésperas de uma temporada com calendário cheio (Brasileirão, Copa do Brasil, Libertadores).
Se Davide Ancelotti levar o Botafogo à Libertadores, ele terá uma pré-temporada completa e a chance de moldar o elenco ao seu estilo. 2026 será o verdadeiro teste de maturidade para o técnico e para a SAF: provar que a aposta no “sobrenome” pode se transformar em um projeto vencedor e sustentável.