Após uma temporada de investimentos recordes (mais de R$ 500 milhões em reforços) que terminou sem títulos, a SAF do Botafogo decidiu mudar a rota. Diante de uma dívida total que já atinge a assustadora marca de R$ 2,4 bilhões, a ordem interna para 2026 é de austeridade inteligente: um corte de cerca de 30% na folha salarial e foco total em contratações de “custo zero” (jogadores livres).
A nova diretriz, revelada pelo ge e confirmada por John Textor, visa reequilibrar as finanças de um clube cuja folha mensal ultrapassou a barreira dos R$ 20 milhões, impulsionada por salários “galácticos”.
A “Folha de R$ 20 Milhões”: Quem Pesa no Orçamento?
O levantamento dos bastidores mostra que o Botafogo paga salários de nível europeu. O topo da pirâmide salarial é ocupado por nomes que chegaram recentemente:
- Alex Telles: ~ R$ 1,7 milhão/mês
- Joaquín Correa: ~ R$ 1,6 milhão/mês
- Arthur Cabral: ~ R$ 1,4 milhão/mês
- Artur: ~ R$ 1,3 milhão/mês
Somados a outros altos vencimentos (Savarino, Allan, etc.), a conta não fecha sem as receitas extraordinárias de títulos ou do Mundial de Clubes (que o time não disputará em 2026, após perder a vaga).
A Estratégia “Custo Zero” do Botafogo: O Modelo que Já Funcionou
Para acalmar o torcedor, a diretoria lembra que “barato” não significa “ruim”. A aposta para 2026 é repetir o modelo de sucesso de contratações sem taxa de transferência que formou a base do time atual. Jogadores fundamentais como Marlon Freitas, Alexander Barboza, Alex Telles e o artilheiro Igor Jesus chegaram de graça (livres no mercado). O objetivo do scouting agora é garimpar essas oportunidades de mercado para manter o time competitivo sem precisar pagar multas rescisórias milionárias.

Saídas Necessárias: Quem Pode Deixar o Clube?
Para atingir a meta de reduzir a folha em 30%, não basta contratar barato; é preciso vender ou liberar. Jogadores com salários altos e que não entregaram o retorno esperado, como o volante Allan e o atacante Mastriani, são os principais candidatos a deixar General Severiano. Além disso, a venda de pelo menos um titular valorizado é vista como inevitável para fazer caixa.
Análise: O Fim da “Farra”, o Início da Sustentabilidade
John Textor admitiu nas redes sociais que “gostaria de reduzir salários”, mas prometeu continuar competindo por talentos. A mensagem é clara: o Botafogo não vai desmontar o time, mas a era de “comprar tudo o que vê” acabou. 2026 será o ano da eficiência. A SAF terá que provar que consegue montar um time campeão com mais inteligência de mercado do que talão de cheques. O desafio é gigantesco: cortar gastos drasticamente sem perder a competitividade que devolveu o orgulho ao torcedor alvinegro.