O Botafogo deu uma demonstração de força e autoridade no Clássico da Rivalidade. Na noite desta quarta-feira (5), no Estádio Nilton Santos, o time comandado por Davide Ancelotti foi amplamente superior, “atropelou” o Vasco por 3 a 0 e mandou um recado claro aos adversários diretos na briga pela vaga na Copa Libertadores.
Com a vitória, o Glorioso se consolida de vez na 6ª posição, agora com 51 pontos. Para o Vasco, a derrota dura estaciona o time nos 42 pontos (9º lugar) e complica muito o sonho distante de uma vaga no G-8.
Os Gols “de Manual” que Construíram a vitória do Botafogo
O placar de 3 a 0 foi construído com paciência, pressão e execução tática perfeita, com gols em três momentos e de três formas diferentes, mostrando o repertório da equipe.
1×0 (Alex Telles, 45+’): A Pressão que Gera o Pênalti O Botafogo passou o primeiro tempo sufocando o Vasco. O gol que abriu o placar foi fruto da insistência. Após empilhar cruzamentos e “cutbacks” (passes para trás), o time forçou o erro na área: Arthur Cabral fez um bom pivô, Joaquín Correa foi derrubado, e o pênalti foi marcado. Alex Telles cobrou com firmeza, no meio do gol, para levar a vantagem para o intervalo.
2×0 (Artur, 26’/2T): A Transição Fatal Com o Vasco obrigado a sair para o jogo no segundo tempo, o Botafogo explorou o que sabe fazer de melhor: o contra-ataque letal. Aos 26 minutos, após uma roubada de bola, Savarino acelerou e lançou Artur em profundidade. O ponta finalizou com frieza na saída do goleiro, executando uma transição “de manual”: dois passes, uma corrida, um gol.
3×0 (David Ricardo, 32’/2T): O Gol da Insistência Aérea O terceiro gol, aos 32 minutos, premiou o volume e o controle territorial do Alvinegro. Após cruzamento de Cuiabano, a bola sobrou na área e, depois de um bate-rebate, o zagueiro David Ricardo completou de cabeça para o fundo das redes (alguns veículos chegaram a creditar gol contra de Léo Jardim após o desvio). Foi o gol da insistência, coroando uma noite de domínio absoluto.
Análise Tática: A Superioridade de Ancelotti
A vitória convincente foi uma aula tática de Davide Ancelotti. O Botafogo venceu porque foi superior em todos os setores, aplicando seu plano de jogo com perfeição. Desde os 10 minutos iniciais, o time impôs uma pressão alta, criando superioridade numérica pelos corredores e não deixando o Vasco respirar.
Com a vantagem no placar, o time mostrou maturidade. Em vez de recuar, baixou o ritmo apenas o suficiente para atrair o rival e aplicar o golpe fatal na transição (o gol de Artur). Na reta final, com o 3 a 0, o time trocou passes sob gritos de “olé” da torcida, gerenciando o resultado com total controle emocional e sem sofrer sustos.
O Impacto Direto na Tabela do Brasileirão
O resultado do clássico é um “divisor de águas” na briga pela Libertadores.
- Para o Botafogo (6º, 51 pontos): A vitória é a consolidação. O time se firma de vez no G-6 (zona de vaga direta) e abre uma “gordura” importante de 4 pontos sobre o Fluminense (7º, 47 pontos). Mais do que isso, o Glorioso “cola” no Bahia (5º, 52 pontos) e entra forte na briga pelo G-5, o que pode garantir uma vaga direta sem depender da abertura de novas vagas (G-8).
- Para o Vasco (9º, 42 pontos): A derrota é um golpe duríssimo no sonho da Libertadores. O time estaciona nos 42 pontos, vê rivais diretos (como o São Paulo, 45) se distanciarem, e o G-8 fica cada vez mais longe. A briga do Cruzmaltino, agora, parece se limitar à vaga na Sul-Americana.
A vitória de 3 a 0 não foi um acaso; foi uma declaração de força. O Botafogo de Ancelotti mostrou que, quando joga em casa e com intensidade, tem um volume de jogo capaz de sufocar seus adversários e se credencia como um forte candidato a buscar até mesmo uma vaga no G-4 nesta reta final de campeonato.
